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terça-feira, 14 de julho de 2020
Turismo de pesca está de volta no Pantanal
Foto: Silvio Andrade
Silvio Andrade
O conforto e a comodidade dos serviços oferecidos pelos barcos hotéis de Corumbá não são novidades para os amantes da pesca esportiva no Pantanal, um dos principais atrativos do turismo em Mato Grosso do Sul. A atividade foi suspensa de março a junho, por conta da pandemia do novo coronavírus, e retorna neste mês de julho com algumas restrições e total segurança, em que o turista passa por uma barreira sanitária antes de embarcar.
A pesca foi um dos componentes turísticos que mais sofreu com a suspensão temporária de algumas atividades de lazer e econômicas do País. Em Corumbá, a modalidade emprega milhares de pessoas durante a temporada – março a novembro – e o retorno gradativo, autorizado pelas autoridades sanitárias, mantém a sustentabilidade de um esporte que atrai mais de 30 mil pescadores amadores anualmente à Capital do Pantanal.
Os grupos de pescadores que estão saindo do isolamento para pescarem nas águas do Rio Paraguai são, na maioria, familiares ou do mesmo ciclo de amizade. Em média, 25 pessoas, segundo as operadoras. O pacote de cinco dias inclui todos os serviços de bordo, bote com gasolina e piloteiro. Os barcos navegam até a divisa com Mato Grosso, na região da Serra do Amolar, um dos lugares mais fantásticos do Pantanal. Muita natureza e pescaria farta.
A operação dos barcos hotéis foi liberada em junho, porém, as empresas passaram um mês por adaptações ao protocolo de biossegurança, elaborado em conjunto com o município e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que contem simplesmente 41 páginas. Rigor este que não é exigido e fiscalizado em pesqueiros, reclamam os empresários do setor. “Tem de ter controle, mas estão dificultando ao máximo a saída dos barcos”, diz Luiz Martins.
Nos demais polos pesqueiros do Estado, a pesca esportiva também foi retomada. Em Miranda, segundo o VisitPantanal, os pesqueiros e barcos hotéis estão operando normalmente. Em Aquidauana, a atividade não sofreu paralisação, mas os pesqueiros seguem a recomendação de reduzir a capacidade em 60%. Coxim suspendeu o serviço, porém alguns pesqueiros operam na ilegalidade, apesar de o Rio Taquari ser um impeditivo, por causa do baixo nível das águas.
Medidas de segurança garantem proteção
Optando pela pesca embarcada, o turista se sente seguro desde a chegada de carro a Corumbá, pela BR-262, único acesso. Os voos comerciais estão suspensos, e a rodoviária municipal, fechada. Ele é conduzido pela operadora desde a barreira sanitária do posto do Lampião Aceso, distante 15 km do porto-geral, até o barco hotel. No embarque, passa por todos os procedimentos de higienização pessoal, aferição da temperatura e desinfestação de bagagens.
“Investimos muito em treinamento do nosso pessoal”, atesta a empresária Joice Santana, que voltou a operar com um dos seus três barcos, o Comodoro, para 36 pessoas. “Os cuidados com os clientes começam nas acomodações e na cozinha. Os produtos são higienizados, com proteção acrílica nos bifês, e os cozinheiros e garçons usam máscaras e luvas”, conta. “O turista é monitorado diariamente e o barco tem sistema de prevenção por meio de sinalização”.
A segurança dos passageiros inclui a limitação de lotação. Os grandes barcos, com até 100 acomodações, não vão navegar nesse período por restrição de protocolo e também por conta da baixa procura pelos pacotes, em meio às incertezas e temor pela pandemia. Mas é um bom recomeço para o setor, que precisa reconquistar seus clientes e garantir confiança quanto à proteção ao vírus. “Estamos aprendendo a trabalhar na crise”, diz Joice Santana.
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