quinta-feira, 16 de julho de 2020

Em nova denúncia, MPF acusa “Galã” de lavagem de dinheiro na fronteira

                                          Foto; Divulgação


Considerado uma das lideranças de facção criminosa que atua na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, Elton Leonel terá que responder por mais uma denúncia protocolada pelo MPF (Ministério Público Federal) nesta quarta-feira (15/7). Atualmente, o “Galã”, como é conhecido, está preso no presídio federal de Mossoró (RN).

A nova denúncia acusa Elton de realizar a articulação junto com a organização criminosa em atos de lavagem de dinheiro em Ponta Porã. As suspeitas tratam especificamente da abertura de uma empresa de fachada com sede em Ponta Porã, Construtora JB Progresso. Conforme informações da Assessoria de Comunicação Social do MPF, "Galã" adquiria imóveis e veículos a fim de ocultar e dissimular a procedência ilícita e a real propriedade dos bens.

Outras cinco pessoas também foram denunciadas pelos mesmos crimes, sendo três mulheres com quem Galã se relacionou e teve filhos, o ex-cunhado, Jameson Gomes, considerado seu braço direito nos atos de lavagem de capitais; e o irmão do construtor de quem Galã costumava contratar serviços, Victor Rubens.

As investigações comprovaram compra, venda e simulações de transferências de imóveis localizados em Ponta Porã, Diadema (SP), Santos (SP) e Presidente Prudente (SP) em nome de laranjas ou da empresa de fachada. As transações totalizaram 43 atos de lavagem de dinheiro entre 2013 e 2019.

A empresa Construtora JB Progresso ainda figura como proprietária formal de 36 imóveis localizados em Ponta Porã. Verificou-se ainda a prática de ao menos oito atos de lavagem de dinheiro envolvendo veículos no referido período.

A organização criminosa mantinha planilhas de controle das despesas referentes à empresa e, muitas vezes, a contabilidade se confundia com registros financeiros do tráfico de drogas e de armas, comprovando que a pessoa jurídica foi constituída unicamente com o objetivo de lavar o dinheiro do grupo criminoso.

Galã se dedicava a ações criminosas organizadas pelo menos desde 2005 e já foi condenado por chefiar organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas e armas. Ele é principal suspeito de ser o mandante do assassinato do traficante Jorge Toumani Rafaat, ocorrido em julho de 2016.

Elton Leonel foi preso em 29 de fevereiro de 2018, no Rio de Janeiro. Na casa dele foram apreendidos aparelhos telefônicos e documentos relacionados a diversas ações criminosas, ensejando uma série de investigações e de denúncias por crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa.

Por este último já foi condenado pela Justiça Federal de Ponta Porã em agosto de 2019. Galã foi transferido do sistema penitenciário estadual do RJ para o sistema federal no RN após a identificação de plano de fuga orçado em R$ 2 milhões.

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