quarta-feira, 23 de março de 2016

Delcídio alega a ministro do STF que está sofrendo de insônia e angústia


FolhaPress

Primeiro político a fechar delação premiada na Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) alegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que está sofrendo de angústia, ansiedade e insônia.

As afirmações foram feitas ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, para justificar pedido do senador para ampliar sua autorização para ficar em São Paulo até o dia 6 de abril para a realização de exames.

De acordo com o documento enviado ao Supremo pela defesa, Delcídio tem diabetes, pólipos intestinais, além dos sintomas de ansiedade generalizada.

Teori pediu que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifeste antes de decidir.

Em sua colaboração premiada, o senador implicou 74 pessoas, fez acusações ao governo e à oposição e elevou a pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Entre os citados nos relatos de Delcídio, estão alguns dos principais líderes políticos do país, como Dilma, o vice Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador tucano Aécio Neves (MG).

O ex-petista disse que Dilma tentou interferir na Operação Lava Jato por meio do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Também atribuiu a ela a nomeação para um cargo na BR Distribuidora de Nestor Cerveró, preso e já condenado em processos da Lava Jato.

No Senado, Delcídio é alvo de um processo de cassação. Ele também apresentou nesta segunda-feira (21) um novo pedido de licença médica por mais 15 dias, o terceiro desde que deixou a prisão, em 19 de fevereiro.

Esse afastamento começa a valer a partir de quarta-feira (23), para quando está agendada a presença do senador ao Conselho de Ética para apresentação de sua defesa no processo por quebra de decoro parlamentar que corre contra ele na Casa.

Apesar da licença, o ex-petista poderia aparecer para prestar depoimento, mas sua participação não está confirmada.

O relator do caso no colegiado, senador Telmário Mota (PDT-RR), já considerava essa possibilidade e afirmou semana passada que, caso a renovação do prazo de afastamento se confirmasse, o Conselho precisaria analisar o que fazer. O depoimento pode ser remarcado ou a defesa, encaminhada pessoalmente por escrito.

A partir desse novo pedido, o senador vai completar 45 dias afastado dos trabalhos na Casa desde que decidiu fazer um acordo de delação premiada e passou a cumprir sua pena em regime de prisão domiciliar.

Caso já estivesse de volta às suas funções no Senado, poderia sair para trabalhar, mas deveria se recolher em casa à noite e nos dias de folga. Licenciado, não pode sair sem autorização judicial. Ele foi preso por três meses , acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

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