As ações de montadoras de todo o mundo caíam nesta quinta-feira (27) depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% sobre todos os veículos e autopeças de fabricação estrangeira importados pelos EUA.
As europeias Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz, Porsche e Continental perderam 4,5 bilhões de euros (R$ 25,8 bi) em valor de mercado combinado nesta quinta, já que os investidores entraram em pânico com a perspectiva de mais custos e complexidade em um setor que já está lutando com um lento aumento da eletrificação e altos custos de logística.
Nos EUA, os principais índices de Wall Street também recuavam. A General Motors caía 8,2% e a Ford perdia 2,7%. Fabricantes de peças automotivas, a Aptiv e a BorgWarner recuavam cerca de 6% cada uma.
O Dow Jones caía 0,04%, a 42.440,35 pontos. O S&P 500 tinha queda de 0,08%, a 5.707,63 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuava 0,21%, a 17.861,46 pontos. Dez dos 11 setores do S&P 500 recuavam, com o setor de tecnologia liderando com uma queda de 1,3%.
Agora, as montadoras precisam decidir se localizam mais produção nos EUA para evitar as tarifas, se assumem o custo ou se o repassam aos consumidores.
Empresas como Volvo, Audi, Mercedes-Benz e Hyundai já disseram que transferirão parte da produção para a região este ano.
Mas alguns CEOs expressaram, em particular, relutância em tomar decisões comerciais de longo prazo com base no que pode ser uma política de curto prazo.
"Essas políticas já deixaram os mercados de ações e de dívida extremamente nervosos, e sabemos que o presidente considera o índice Dow Jones como um termômetro importante de seu sucesso", disseram os analistas da Bernstein Research em uma nota.
"É difícil avaliar a duração de tais políticas do tipo motosserra se elas causarem uma queda no mercado que não parece ser transitória", acrescentaram.
As ações da Stellantis e da Porsche afundavam 4% nesta quinta-feira, enquanto a Mercedes-Benz caía 2,8%.
Os novos impostos podem acrescentar milhares de dólares ao custo de um veículo médio nos EUA, contradizendo as promessas de Trump de combater a inflação dos produtos de consumo.
Os impostos sobre as importações de automóveis entram em vigor em 3 de abril, enquanto as taxas sobre autopeças começam em 3 de maio, informou a Casa Branca.
Quase metade de todos os carros vendidos nos EUA no ano passado foi importada, segundo a empresa de pesquisa GlobalData, com os veículos frequentemente cruzando entre o Canadá, o México e os EUA várias vezes no processo de produção.
Na quarta-feira (26), Trump reiterou esperar que as tarifas sobre automóveis levem as montadoras a aumentar os investimentos nos EUA, em vez de no Canadá ou no México.
Os fabricantes de automóveis da América do Norte têm desfrutado amplamente do status de livre comércio desde 1994. O Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) firmado por Trump em 2020 impôs novas regras para estimular a produção de conteúdo regional.
Depois de impor tarifas de 25% ao México e ao Canadá no início de março, Trump concedeu um adiamento de um mês para veículos produzidos em conformidade com os termos do USMCA. As novas regras não ampliam essa suspensão.
Reuters
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