Cleyde foi morta pelo ex, Jeremias Dias (Reprodução)
Jeremias Ferreira Dias, de 45 anos, que matou a ex-namorada Cleyde Mara Pereira Abrantes, de 44 anos, a facadas, morreu após trocar tiros com policiais civis, na tarde desta segunda-feira (06), em Dourados. O feminicídio aconteceu no último fim de semana e, em áudios enviados para a família da vítima após o assassinato da mulher, ele chega a dizer que "está pronto para matar e morrer".
As primeiras informações obtidas pela reportagem do Jornal Midiamax são de que ele trocou tiros em confronto com agentes do SIG (Setor de Investigações Gerais) e policiais da delegacia de Nova Alvorada, que investigam o caso.
Ele estava escondido em uma casa em região conhecida como Potreirito, nas proximidades da entrada do Bairro Canaã III, em Dourados.
Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, o advogado criminalista Renam Pompeu disse que Jeremias chegou a fazer contato para se apresentar à Delegacia de Polícia de Dourados, ainda no domingo (5), mas acabou desistindo.
Conforme a assessoria de comunicação da Polícia Civil, ele tinha passagens por ameaça, vias de fato, roubo, violação de domicílio, furto qualificado e homicídio simples tentado.
Áudio com ameaças após crime
“Vagabundo né rapaz. Você não me conhece. Pilantra tem que morrer na faca, não na bala… Pilantra, pilantra. Aqui é homem até debaixo d’água. Eu sei o que eu sou. Cansei de falar, não desenterra defunto. Pagou. Desenterrou? Pronto, tá aí. Estou pronto para matar e para morrer. Você 'tá' moscando comigo, nem me conhece”, falou.
Já em outro momento, faz a ameaça dizendo que não faria diferença matar mais. “Porcaria mais que você eu já matei, não vai fazer diferença. Brota na minha frente que você vai ter. Dá um de loucão e brota. Você nem sabe de nada, tô só cuidando vocês de longe”, encerra.
Não aceitava o fim do relacionamento
A sobrinha de Cleyde prestou depoimento após o crime e contou na delegacia que a tia manteve um relacionamento com o autor por cerca de 4 meses e que neste tempo terminou por várias vezes com o homem, que não aceitava o fim do namoro.
Ainda segundo o relato da sobrinha, Cleyde estava assustada, já que estava sendo perseguida pelo ex-namorado. No dia 22 de outubro, a vítima estava em um torneio de funcionários públicos quando o homem apareceu no local querendo conversar com Cleyde, que se negou. “Não quer falar, eu vou tomar providências, por bem ou por mal”, teria dito o homem.
Já no dia 23 de outubro, o autor ficou passando em frente à casa de Cleyde e a filha de 19 anos dela estava na calçada com amigos, quando o autor ficou xingando a jovem. No dia 26 de outubro, o autor foi até o local de trabalho de Cleyde, que pediu por medidas protetivas na delegacia com medo.
Cleyde foi atingida no braço esquerdo e na altura do tórax. Segundo a equipe médica, ela chegou ao hospital com parada cardíaca e minutos depois acabou falecendo.
Morta esfaqueada
Por volta das 3h50, a Polícia Militar atendeu à ocorrência solicitada pelo atual companheiro de Cleyde. Segundo o registro policial, o homem tinha cortes profundos nos braços, causados por faca usada pelo ex de Cleyde.
A equipe policial acabou prestando socorro ao homem e o levou até o hospital. No local, o companheiro de Cleyde disse que eles foram surpreendidos pelo ex da mulher, que entrou na residência dela e ateou fogo na sala e em uma motocicleta Biz.
O homem afirmou aos policiais que quando viu as chamas, tentou apagar o fogo. Neste momento, o ex se dirigiu até Cleyde e desferiu as duas facadas.
Gabriel Maymone e Marcos Morandi
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