sexta-feira, 10 de junho de 2022

PSDB vai com Simone; em MS, tucanos vão com Bolsonaro

 

Enquanto Simone Tebet (MDB) terá apoio tucano em sua candidatura nacional, dentro de casa, a sul-mato-grossense não deve contar com a mobilização do PSDB

JÉSSICA BENITEZ


Selado acordo em âmbito nacional no qual a senadora Simone Tebet (MDB-MS) terá apoio do PSDB, sendo seu vice o também senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), dando formato à terceira via na corrida pela Presidência da República, as executivas estaduais começam a rascunhar como deve ficar o cenário em Mato Grosso do Sul, e a tendência é de que o caminho seja outro.


Isso porque a sigla tucana tem como pré-candidato ao governo do Estado o ex-secretário Eduardo Riedel, que possivelmente terá apoio do presidente e pré-candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Inclusive a aliança pode ser oficializada após o dia 20 deste mês, quando Bolsonaro vem a Mato Grosso do Sul.


A candidatura de Simone foi justamente colocada como opção aos descontentes com o atual governo e que também não querem que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retorne ao comando do País, conforme foi anunciado pelo próprio PSDB após reunião que consolidou apoio à senadora emedebista.


“O partido segue firme e convicto na construção de uma alternativa a Lula e Bolsonaro por um País mais próspero e unido”.


Simone disse estar ciente da responsabilidade de protagonizar a terceira via em um embate tão polarizado quanto a eleição de logo mais.


“Este é um reencontro do centro democrático não agendado pela história, mas exigido por ela. No passado, democracia, cidadania, justiça social. Hoje, pelos mesmos valores e com a mesma urgência, unimos forças por um Brasil sem fome e sem miséria”, complementou.


Embora faça parte da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), o secretário de governo e marido de Simone, Eduardo Rocha (MDB), acredita que o PSDB sul-mato-grossense ficará ao lado da senadora, mesmo sabendo que entre os aliados de Riedel está a ex-ministra da Agricultura e pré-candidata ao Senado Tereza Cristina (PP-MS), que compõe palanque bolsonarista.


“Fechando essa aliança nacionalmente, o PSDB de Mato Grosso do Sul e o MDB devem apoiar Simone como candidata a presidente e, claro, dentro da coligação do Riedel temos a [ex] ministra Tereza Cristina, que traz o apoio à candidatura do presidente Bolsonaro. Sem problema nenhum, e eu vou votar na Tereza Cristina para senadora”, disse.


Questionado sobre o desalinho entre os cenários nacional e estadual, ele acredita que não haverá rachas. “Não vai ter divisão, as pessoas são livres para apoiar quem quiser”.


PRESSÃO

Além disso, há ainda a questão de o MDB regional ter como pré-candidato ao governo o ex-governador André Puccinelli. A executiva nacional do PSDB chegou colocar como condição que a candidatura fosse retirada, mas não obteve sucesso.


Segundo o ex-ministro de Michel Temer Carlos Marun (MDB-MS), ambas as nacionais foram convencidas de que não seria viável recuar com o nome de Puccinelli. O mesmo ocorreu em Pernambuco e Rio Grande do Sul, mas a tratativa avançou somente em terras gaúchas.


TERCEIRA VIA

Vários nomes foram cogitados para dar rosto à terceira via, entre eles o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que acabou sendo preterido pelo próprio partido.


O tucano apresentou bons números nas prévias feitas em 2021, porém perdeu apoio interno a ponto de desistirem de seu nome.


Com a consolidação do PSDB ao lado de Simone, caso não haja mudanças, será a primeira vez que o partido não terá candidato próprio à Presidência, este seria um dos motivos que arrastou a negociação entre as cúpulas.


O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) também chegou a ser citado como opção para antagonizar o embate entre Lula e Bolsonaro, mas o plano acabou frustrado. Ele deve disputar vaga na Câmara ou Senado.


Com informação do Portal Correio do Estado

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