Neste sábado (11), passou por audiência de custódia o motorista de aplicativo de 38 anos, preso acusado de dois estupros e uma tentativa, contra passageiras que transportou em Campo Grande. Ele está preso desde o dia 9 de maio e a prisão temporária tem prazo de 30 dias.
Na audiência, foi verificado que o cumprimento da prisão temporária estava formalmente em ordem, sendo que não houve qualquer relato de constrangimento ou excesso de violência por parte dos policiais contra o acusado. Não foi analisada manutenção ou não da prisão do motorista.
Isso, porque não houve prisão em flagrante, sendo que a audiência ocorreu para verificar se foram preservados os direitos constitucionais do acusado. Assim, o motorista vai permanecer preso e pode ser feito pedido para prorrogar a prisão temporária. A princípio, um pedido inicial de prisão preventiva teria sido negado.
Preso por estupros contra passageiras
Em choque após o ocorrido, a vítima de estupro pelo motorista na madrugada do dia 29 de maio contou que solicitou a corrida por um aplicativo, ao sair do trabalho, e acionou o áudio, para que a viagem fosse gravada. Assim como nos outros casos, houve confusão no início da corrida, já que o carro que chegou não era o que aparecia no aplicativo.
O motorista disse que tinha trocado de carro, mas chamou a vítima pelo nome e falou o itinerário, quando a vítima entrou no veículo. No trajeto, ele alterou a rota. Esse era o modus operandi do suspeito, que contou à polícia que pegava direções diferentes, por locais escuros, quando atacava as mulheres.
Ele então parou o carro atrás de uma empresa, em um local escuro, e a vítima percebeu que ele fez uso do entorpecente. Logo depois, atacou a mulher que estava no banco de trás. “Não quero dinheiro, quero que você faça as coisas comigo”, disse. Sob ameaças, ele ordenou que a mulher tocasse seu órgão genital e ainda dissesse que ele “era gostoso” e que queria ter relações sexuais com o acusado.
O motorista disse inclusive que, se a vítima não o tocasse, a levaria para um matagal. A mulher acabou entrando em pânico, quando o motorista decidiu a deixar em casa. A princípio, em todos os casos ele não cobrou as corridas. Para a Polícia Civil, o motorista chegou a dizer que não escolhia as vítimas, bastava que fossem mulheres e estivessem sozinhas.
Segundo caso em menos de 72 horas
Já no dia 31 de maio, a vítima solicitou a corrida por um outro aplicativo, diferente do usado pela passageira vítima de estupro no dia 29. Ele atendeu ao pedido e conversou com a vítima pelo WhatsApp, questionando quantas pessoas fariam a corrida. A vítima disse que era apenas uma e questionou o motivo.
O suspeito então disse que só queria saber por causa do horário e pela distância. “Por segurança”, disse em mensagem. A vítima embarcou normalmente e, quando o motorista chegou ao anel viário passou a reduzir a velocidade. Ele afirmou que iria “usar algo”, e tomou o celular da passageira.
Várias vezes o suspeito teria parado na frente de fazendas e a vítima também o viu usando cocaína. Em uma das paradas, o acusado tirou o órgão genital da roupa e fez com que a vítima o masturbasse. Ele ainda chegou a passar a mão pelo corpo da vítima e disse que estava “muito drogado”.
A vítima foi deixada em casa após o abuso, quando o autor devolveu o celular. Sob ameaças, ele disse para a mulher não contar sobre o ocorrido para ninguém. A passageira ainda chegou a fazer uma reclamação no aplicativo.
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