quarta-feira, 22 de junho de 2022

General Villas Bôas é demitido de cargo no governo

 

Poder 360


O general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas foi demitido nesta 3ª feira (21.jun.2022) do cargo de assessor especial do ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno. A exoneração –expressão própria do serviço público para desligamentos– “a pedido” foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).



Villas Bôas ocupava o cargo desde 30 de janeiro de 2019. O GSI é tem status de ministério e fica no Palácio do Planalto. Antes, o general ocupou por 4 anos o comando do Exército. Foi escolhido para a função pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2015.


Em janeiro de 2019, o militar anunciou em suas redes sociais ter recebido a “missão” do presidente Jair Bolsonaro (PL) de integrar o GSI. O órgão é responsável pela segurança do chefe do Executivo e coordena a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).


Villas Bôas é considerado um conselheiro de Bolsonaro e costuma receber visitas do presidente. O militar tem 70 anos e é diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa do sistema nervoso. Em 3 de março, esteve no Planalto em cerimônia sobre a conscientização de doenças raras. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que o general é uma “pessoa que sempre transmitiu fé, coragem e patriotismo”.


O general já deu declarações que divergiram de políticas de governo, mas também defendeu medidas adotadas pelo chefe do Executivo e ministros. No início da pandemia, Villas Bôas também defendeu o isolamento vertical sugerido por Bolsonaro.


STF

Em abril de 2018, uma publicação de Villas Bôas recebeu destaque nas redes sociais na véspera de o STF (Supremo Tribunal Federal) negar pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a prisão do petista.


Sem citar diretamente o caso de Lula, ele disse que o Exército “julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.


No livro “General Villas Bôas: Conversa Com o Comandante”, o militar narra que o texto publicado no Twitter “teve um ‘rascunho’” elaborado por seu staff e “pelos integrantes do Alto Comando residentes em Brasília”. Afirmou que “tratava-se de um alerta [ao STF], muito antes que uma ameaça”.


Sobre o trecho do livro, em nota, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, afirmou que qualquer pressão sobre o Poder Judiciário é “intolerável” e “inaceitável”.

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