quarta-feira, 15 de junho de 2022

Fed eleva taxa de juros nos EUA em 0,75 ponto, maior aumento desde 1994

 


dos Estados Unidos decidiu aumentar a taxa de juros para o maior patamar desde o início da pandemia para conter a inflação

ESTADÃO CONTEÚDO


Pressionado por causa da inflação acelerada nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu elevar a taxa básica de juros do país em 0,75 ponto porcentual nesta quarta-feira, 15, em sua reunião de política monetária.


Com o aumento, a taxa básica de juros americana subiu para a faixa entre 1,5% e 1,75% ao ano, a mais elevada desde março de 2020, no início da pandemia, quando estava entre 1% e 1,25%.


Foi o terceiro aumento consecutivo da taxa de juros nos Estados Unidos e a maior em quase três décadas. 


A última vez em que o Fed elevou os juros básicos dos Estados Unidos, os chamados Fed Funds, em 75 pontos-base foi em 1994, momento em que a autoridade monetária tentava impedir um repique nos índices inflacionários do país.


Até aqui, o Fed vinha tentando fazer um aperto monetário gradual de 0,5 ponto a cada reunião para controlar a inflação galopante que vem afetando a economia americana. 


Mas persistência da alta dos preços fez com que o banco central americano tomasse uma medida mais dura.


Em maio, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) chegou a 8,6% em 12 meses, o maior nível em 40 anos. 


Apenas no mês de maio, a alta foi de 1% sobre abril, o que deixou investidores preocupados com um aperto ainda maior das taxas de juros do Fed.


Levantamento da consultoria CME Group já mostrava que as chances de o Fed elevar os juros em 75 pontos-base passaram a predominar no mercado, com 95,3% dos economistas apontando nesta direção, contra 4,7% indicando uma alta de 50 pontos-base. 


Há uma semana, esse cenário era tido como improvável. A probabilidade de uma alta de 75 pontos base era de apenas 3,9%. 


Por sua vez, um aumento de 50 pontos base era o consenso, respondendo por 96,1% das estimativas.


Agora, o cenário parece exigir um aperto maior, colocando o BC norte-americano em uma sinuca de bico: ou controla a inflação ou condiciona a maior economia do mundo para um pouso suave. 


Ao apertar ainda mais as condições financeiras do país, porém, pode levar os EUA a dias mais difíceis à frente.

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