segunda-feira, 13 de junho de 2022

Com alta dos juros, 36,5% investem em renda fixa

 

Estudo do Santander Brasil mostra que modalidade representa 39% do total do País

SÚZAN BENITES


A alta da taxa básica de juros está motivando os investidores do Centro-Oeste a migrarem seus investimentos para a renda fixa, seguindo tendência verificada em todo o País.  


Estudo do Santander Brasil enviado com exclusividade ao Correio do Estado aponta que, de julho de 2021 a março deste ano, cresceu a parcela investida nesta modalidade por moradores de Mato Grosso do Sul, passando de 24,47% para 36,57%.  


Ainda de acordo com o levantamento, no mesmo período, Mato Grosso registrou avanço de 36,26% para 39,84% e Goiás passou de 38,88% para 42,08%. No mesmo intervalo, a Selic, taxa básica do País, passou de 4,25% para atuais 12,75%. A estratégia é uma tentativa do Banco Central de frear a escalada da inflação no País.


Nesta semana, até quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define o novo reajuste para o juro básico da economia.  


O mercado financeiro aponta para uma alta de meio ponto porcentual, elevando a Selic a 13,25% ao ano, o que deve motivar ainda mais investimentos em renda fixa.  


Lilian Linhares, sócia e head de alocação da Rio Negro Investimentos, vê o mercado bom para quem se interessa em renda fixa e tem a intenção de fazer a migração para esse produto.


“Temos notado alta de procura em títulos indexados à inflação e temos recomendado a compra deles, porque protegem bem neste cenário de incerteza”.


Em todo o País, a parcela da renda fixa representa em média 39% da carteira de investimentos, segundo o estudo. Entre eles, os investimentos em Certificados de Depósitos Bancários (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e títulos públicos do Tesouro Direto.  


“A renda fixa sempre teve um protagonismo grande entre os brasileiros e, com os dois dígitos na taxa de juros, isso fica ainda mais evidente. Esse aumento na modalidade também mostra um apetite menor ao risco em um ano bastante desafiador para os investimentos”, diz Luciane Effting, superintendente-executiva de Investimentos do Santander Brasil.


INVESTIMENTOS

Com a busca por mais segurança, os moradores desses três estados acabaram apostando em previdência privada, categoria que aparece como a segunda mais investida, assim como ocorreu em todo o País. Segundo o levantamento, a parcela foi de 27,11% em Goiás, de 31,38% em Mato Grosso do Sul e de 29,98% em Mato Grosso.


Em todo o Brasil, a parcela destinada à previdência caiu de 27,70% para 26,06%, em média, de julho de 2021 a março deste ano. A captação nos planos de previdência de janeiro a março deste ano foi de quase R$ 500 milhões no País entre investidores pessoa física.


Os fundos de investimento são a terceira modalidade preferida dos moradores do Centro-Oeste, com 22,08% em GO, 24,80% em MS e 21,73% em MT. Em julho de 2021, essas aplicações ocupavam 22,51%, 25,36% e 22,14% do total do portfólio dos investidores nesses locais, respectivamente.


Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) também tiveram crescimento entre os investidores do Centro-Oeste do ano passado para este ano. A estrutura passou para quase 1% em Goiás, em MS e em MT.


A captação nacional em COE foi destaque, saindo de R$ 184 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 555 milhões neste ano, crescimento de mais de 300%.


“As mais demandadas têm sido do tipo ganha-ganha, onde o cliente acredita na valorização de um índice (como Ibovespa, S&P500 ou IPCA) e, caso não aconteça, ganha um retorno fixo, como 10% ao ano, por exemplo”, afirma Eugênio Godoy, superintendente-executivo da Rede Centro-Oeste do Santander Brasil.

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