FOLHAPRESS
Orlando Faria, ex-secretário municipal de Habitação de SP que foi exonerado horas depois de anunciar apoio a Eduardo Leite nas prévias do PSDB, diz ao Painel que deputados estaduais e federais do PSDB têm visto com temor a possibilidade de que João Doria vença as prévias presidenciais do partido, marcadas para 21 de novembro.
Faria atribui sua saída da prefeitura nesta segunda-feira (8) à pressão de aliados do governador de São Paulo sobre o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
"Tenho receio em relação aos deputados estaduais e federais no caso de uma vitória do Doria. Como a rejeição dele é muito alta, eles estão preocupados de terem que colocar o nome dele nas colinhas", diz Faria.
"É um processo de sobrevivência. Imagine um candidato de regiões mais bolsonaristas ou petistas. Ter que fazer campanha com Doria na cabeça é um grande problema. Há uma discussão crescente de que se ele ganhar as prévias pode acontecer uma debandada significativa do partido", completa o tucano, um dos principais aliados de Bruno Covas.
Em entrevista ao Painel nesta quarta-feira (10), Faria afirma que sua exoneração da prefeitura, resultado da pressão do grupo de Doria, tem gerado reações de inconformidade no partido.
"Fui procurado por senadores, caciques, líderes regionais do país todo. Tem muita gente inconformada, falando em tomar providências, em abuso de poder. Quantos prefeitos e vereadores deixaram de manifestar apoio anteriormente por medo de perder verba de município, por medo de retaliação? Quantos presidentes de diretórios deixaram de manifestar apoio por meio de perder o posto?", diz Faria.
"E agora conseguiram derrubar um secretário da capital de São Paulo? Ninguém mais vai ter coragem de se posicionar. Agora a discussão é o quanto isso pode influenciar no resultado. Até onde isso tem efeito no resultado final, uma vez que as pessoas não podem mais se manifestar", completa.
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