Por R7
Com a retomada da vida social, assim como a diminuição do home office e abertura das escolas e teatros, chegou a hora de voltar a praticar exercícios. O isolamento social fez com que muitas pessoas largassem os hábitos saudáveis, segundo estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Apenas nos primeiros meses de quarentena, houve um aumento de 28,6% nos comportamentos sedentários.
Segundo o médico Alexandre Stivanin, membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), devido ao longo tempo parado é preciso atenção ao estado do corpo antes de fazer qualquer atividade física.
“É preciso fazder uma avaliação cardiológica para verificar se está tudo bem. Somente após isso, reiniciar os exercícios para recuperar a massa muscular, responsável pela estabilização dos ossos, dessa forma vai ser possível evitar lesões”, diz Stivanin.
O especialista explica que é preciso saber escolher o exercício físico adequado para essa retomada para primeiro chegar aos preparo ideal e, aos poucos, aumentar a carga de atividades.
“No retorno, independentemente da idade, é recomendado a realização de exercícios de força, para retomar a massa magra, e atividades aeróbicas, como caminhadas e bicicleta. No meu ponto de vista, primeiro as pessoas precisam adquirir condicionamento físico e depois aumentar a prática de exercícios, para que o corpo esteja pronto para essa carga”, pontua ele.
A prática de exercícios físicos pode ajudar não somente o corpo, como também o emocional, segundo pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) 3 a cada 10 pessoas têm depressão por falta de exercícios na pandemia.
A retomada da prática de atividades físicas, no entanto, deve ser feita com o acompanhamento profissional, que mostre a forma correta de se executar cada exercício. Segundo Stivanin, as chances de lesão por sobrecarga aumentam, se os exercícios forem feitos por conta própria.
“É preciso que o corpo ganhe ritmo de forma lenta e gradual, como ficou muito tempo parado, o corpo fica mais suscetível a lesões. O músculo da coxa, por exemplo, é responsável por ajudar a reduzir o impacto, evitando lesões no joelho, menisco e articulações”, conta.
Para quem já praticava atividades físicas antes da pandemia, Stivanin recomenda cautela, Uma vez que a perda de massa muscular é rápida, podendo causar lesões se a retomada for no mesmo ritmo de antes da parada.
O pesquisador da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), Tiago Peçanha, explica quais riscos essa volta brusca pode causar ao corpo.
“O risco principal para uma pessoa saudável é sentir dores, após muito tempo inativo é muito comum que isso aconteça. Essas dores surgem, geralmente, 24 horas depois da prática de atividade física, e passa com o descanso de 3 a 4 dias”, explica ele.
Para Peçanha, os primeiros meses após a retomada de exercícios é o momento em que o corpo adquire o condicionamento ideal. Para quem ficou muito tempo parado, é esperado que só após esse período a pessoa recupere suas condições anteriores.
“Quem já tem o histórico de atividade física retoma mais rapidamente, por conta da predisposição do corpo a readquirir a forma física, mas tudo vai depender do tempo que a pessoa ficou parada. Quem já não praticava exercícios, e ficou ainda mais parado durante a pandemia, demora muito mais, por conta do corpo não estar pronto para a carga recebida durante as atividades”, observa ele.
Para quem quer manter a saúde em dia com exercícios, o especialista dá dicas das atividades que devem ser feitas. “Um programa de exercícios físicos para manter a saúde deve que ter três fundamentos: a parte aeróbica, com caminhada, corrida, ciclismo ou natação; o fortalecimento muscular, com treinos que usam pesos, musculação ou pilates; e melhora na capacidade de flexibilidade, trabalhada com pilates ou yoga.”
No caso de pessoas que tiveram Covid-19, Tiago explica que é preciso procurar um médico antes de iniciar as atividades físicas, a fim de procurar possíveis sequelas deixadas pelo vírus.
“Para quem já pegou Covid, pode ser que essa pessoa tenha problemas de fadiga exagerada, cardíacos, respiratórios e precisa de uma investigação médica antes da liberação para realizar exercício físico”, conclui o pesquisador.
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