Maiores cotações são atribuídas ao milho e a cadeia de consumo interno
O análise do mercado de fretes rodoviários em setembro é bastante similar à de agosto, havendo continuidade na conjuntura ao longo desses dois meses e estabilidade relativa de preços, segundo o Boletim Logístico, da Conab. Após os preços caírem entre julho e agosto, com o término dos trabalhos de colheita de milho, cujo auge ocorreu em julho, nos últimos dois meses os preços mantêm um patamar estável e ao mesmo tempo relativamente elevado para o período, comparativamente aos anos anteriores.
O fluxo logístico para atendimento ao mercado interno segue predominando nas principais praças de origem em Mato Grosso, enquanto que os fluxos para o mercado exportador seguem em ritmo mais lento. O quadro de restrição de oferta interna de milho, comercialização avançada, quebra de safra no contexto nacional e grande necessidade para o consumo animal em âmbito interno tem feito com que maiores cotações sejam atribuídas ao milho e a cadeia de consumo interno tem oferecido maiores cotações à commodity em relação ao mercado externo, o que tem redirecionado o fluxo logístico em 2021.
O mercado interno se caracteriza por uma maior capilaridade nos destinos, distâncias mais longas, frequentemente maior morosidade na descarga e uma menor capacidade de se desempenhar certo volume de descarga em determinado tempo, o que acaba alocando a frota por mais tempo médio por viagem, resultando em restrição de oferta. Neste contexto, a relação entre oferta e demanda por transporte segue ajustada, ainda que sem a intensidade da safra, mas com grande cadência para atendimento ao mercado interno, o que faz com que todas as cotações prossigam em patamar elevado, tanto para o mercado externo quanto para o interno.
Observa-se recuo moderado em algumas praças, de forma pontual, e estabilidade de preços na maioria das rotas que envolvem o Mato Grosso como origem. A tendência para o último trimestre é que os preços cedam, dada a entressafra, de acordo com a sazonalidade histórica deste mercado em Mato Grosso, porém este recuo ainda não ocorreu até o momento.
No Mato Grosso do Sul o mercado de fretes agrícolas teve poucos negócios em relação ao notado em safras anteriores. Foram demandados menos veículos para transporte de grãos com destino aos portos. Os preços praticados seguiram em patamares mais baixos, a exceção de algumas rotas partindo de praças específicas como Dourados e Caarapó, por motivo de necessidade de alguns clientes em escoar produto para o cumprimento de seus contratos. O menor volume de produtos disponibilizados para transporte aos principais destinos de exportação causou algumas reduções de preços nas rotas pesquisadas, principalmente em rotas ligadas aos portos do Paraná e São Paulo. Permaneceram ativas as rotas domésticas com destino a regiões de consumo final produtoras de rações animais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em Goiás, entre soja e milho, muito pouco produto se destinou à exportação. O maior movimento foi de milho para o mercado interno, principalmente para o Paraná, destinado ao suprimento de granjas. Uberlândia também foi outro destino, nesse caso, de abastecimento de grãos por parte de tradings que operam em Goiás e têm indústria em Minas Gerais e de outras indústrias frigoríficas com planta em Uberlândia. Os preços médios em Setembro apresentaram leve aumento em relação a agosto, sendo mais expressivos nas rotas partindo de Catalão.
O mercado de transportes na região do Distrito Federal operou com baixos volumes no mês de setembro para as rotas de grãos com destino aos portos, tendo em vista a finalização da colheita de milho segunda safra e também da soja.
No Estado do Paraná, a pesquisa de preços para realização dos serviços de transporte, em Setembro/2021, foi coletada e se obteve informação de preços, diferente do mês de Agosto/2021, quando não houve informação para os trechos de Toledo/PR-Passo Fundo/RS; Toledo/PR-Paranaguá/PR e Cascavel/PR-Paranaguá/PR; Comparando-se esses valores com mês de julho/2021, houve redução de preços conforme informação. Para outras rotas (Campo Mourão/PR-Paranaguá/PR; e Ponta Grossa/PR-Paranaguá/PR) houve ligeiro aumento dos preços de frete quando comparados com Agosto/2021, conforme pesquisa de campo realizada pela regional do Paraná. A causa do aumento, possivelmente, se deu pelos constantes aumentos do preço do diesel, que acabaram refletindo no preço do frete. No momento atual, Paraná se mostra com pouca movimentação de produtos com destino aos portos.
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