Com o final do vazio sanitário do algodão, no último sábado (20), a região Oeste da Bahia já começou os trabalhos da semeadura da safra 2021/22. A expectativa dos produtores é que será um ciclo excelente. Embora, atualmente, os altos custos dos insumos e mesmo a ameaça de escassez de alguns deles sejam uma preocupação, o ciclo foi planejado em um cenário distinto do atual, com alguns produtos, como fertilizantes, custando menos. A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) estima um crescimento de área no estado de cerca de 9% ante a safra anterior, que foi de 266.662 hectares, 98% deste total, na região Oeste, cerrado baiano.
Um dos produtores que decidiu ampliar o plantio foi Paulo Schmidt, do Grupo Schmidt, que planta algodão, soja e milho nos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves e Formosa do Rio Preto. Nesta safra 2021/2022, as lavouras de algodão da família serão 22% maiores que na passada. “Planejamos, um ano atrás, quanto iríamos plantar e negociamos os defensivos e fertilizantes em outros patamares de preço. Hoje, a situação seria totalmente diferente”, afirma, já pensando em 2022/2023.
De acordo com o produtor, apenas um revés do clima ou uma intercorrência ligada a alguma praga pode frustrar a expectativa de uma excelente safra para o Grupo. “A agricultura é uma atividade de risco, mas se tudo correr dentro da normalidade, será uma safra para entrar na história”, pondera. Os Schmidt trabalham com instrumentos de proteção contra as variações cambiais, como o hedge, tanto para as vendas no mercado futuro, quanto para as compras de insumo. Hoje 70% de suas despesas são dolarizadas.
O exemplo citado, segundo o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, reflete o modo de pensar e agir do cotonicultor brasileiro. “O produtor de algodão planeja cada safra, pelo menos, um ano antes, analisando o mercado e definindo suas estratégias de mitigação de risco climático e financeiro. Agora, com isso tudo preparado, é hora de colocar o plano em ação, da melhor maneira possível. Na safra passada, tivemos um dos menores índices de infestação por bicudo-do-algodoeiro já registrados. Isso se deve ao bom trabalho feito pelo produtor, e às ações orquestradas pela Abapa, através do seu Programa Fitossanitário, com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab)”, ressalta o presidente. “Para a safra que vem, a história é outra. O planejamento será em outras bases”, concluiu Bergamaschi.
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