Tendência de mercado é que imóveis mais compactos sejam construídos e comercializados, avalia associação
Jornal Midiamax
A procura por aluguel e compra por moradias menores, como as famosas quitinetes, são muito comuns entre estudantes que se mudam de uma cidade para outra, trabalhadores que se deslocam a trabalho e também aqueles que preferem morar em um imóvel mais compacto. Em Mato Grosso do Sul, a construção e a venda de imóveis menores passam por um ‘boom’ diante do aumento no custo das obras, e a tendência é que essa demanda aumente ainda mais em razão da crise econômica.
Conforme o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Diego Canzi Dalastra, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou um aumento de 30% e a tendência de mercado é que a oferta de imóveis mais compactos aumente.
“Consequentemente o poder de compra do consumidor não acompanhou essa alta. É uma tendência do mercado para fazer imóveis que caibam no bolso do consumidor, pois como o custo do metro quadrado da área construída subiu, é uma tendência que diminua o tamanho do imóvel comprado”, comenta Dalastra.
A construção e oferta dos imóveis compactos deverão ser ainda mais comuns, pois as moradias vendidas deverão continuar seguindo a capacidade de pagamento dos consumidores.
Construção civil em alta
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que a construção civil está entre os setores que mais geraram novos empregos formais. Em 1º, estão os serviços (1.311 a mais), seguidos por comércio (895 a mais) e construção civil (642 a mais). Além disso, há nove meses consecutivos, a categoria apresenta resultados positivos no mercado de trabalho, com destaque para a Construção de Edifícios e para os Serviços Especializados para a Construção.
No acumulado de janeiro a setembro de 2021, a construção civil acumula 3.791 novas vagas, que comparadas com o mesmo período de 2021 (743) apresentam aumento de 410%. Levando em conta o mercado formal e informal, o setor foi o segundo maior gerador de novas ocupações no trimestre março/maio de 2021 e ficou atrás somente do comércio.
Enquanto as vagas aumentavam junto com a atividade produtiva, as taxas cresciam paralelamente. O Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a taxa Selic em 1,50 ponto percentual, passando para 7,75%. Desde março, o colegiado vem realizando sucessivas elevações na taxa, que iniciou o ano em 2%, mas já contabiliza uma alta de 5,75 pontos percentuais até outubro.
Além disso, o INCC apresentou o mais alto resultado da história do plano real, com 30,24%. A taxa considera os últimos 12 meses, fechando sempre em setembro. Antes deste ano, o índice mais alto foi registrado em 2003 (22,21%).
Setor de construção em alerta
Apesar de apresentar bons resultados na geração de empregos, o setor da construção civil vê com preocupação o crescente aumento nas taxas de inflação, que podem encarecer imóveis em Mato Grosso do Sul e afastar o mercado consumidor, que enfrenta um enfraquecimento econômico.
Os saldos positivos divulgados pelo Caged para o setor da construção indicam o aquecimento da atividade produtiva, mas o alto preço dos materiais na produção, atrelado à alta dos juros, geram incertezas na categoria. "Mercado se mantém otimista, entretanto em estado de alerta", definiu Dalastra.
"A incerteza que temos para o futuro é se o mercado consumidor terá capacidade financeira para absorver todos estes aumentos. Então, como será a venda dos imóveis que estão sendo construídos agora? A população terá condições de pagar 30% a mais no mesmo imóvel que era mais barato há 6 meses?", explicou o presidente da Acomasul em reportagem anterior do Midiamax.
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