Foto:Divulgação
Por: Eduardo Miranda
Impedido de se candidatar a prefeito pela Justiça Eleitoral em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Loester Trutis (PSL) promete ir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contestar as decisões que dão direito ao vereador Vinícius Siqueira de candidatar-se.
Ele pretende acusar o grupo do partido que atuou em favor de Vinícius Siqueira de fraude processual e também frisou que o partido já havia investido R$ 110 mil na pré-candidatura do vereador, inclusive patrocinando as investigações publicadas em redes sociais, e ele “não decolou”.
“Sim, nós vamos ao TSE, até porque, a nosso ver, houve uma fraude processual. Acredito que lá o meu recurso poderá ser analisado”, afirmou.
No dia 1º, o juiz Djailson de Souza, membro do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), extinguiu o recurso de Trutis contra a sentença da juíza da 44ª Zona Eleitoral, Joseliza Alessandra Vanzela Turine.
A convenção que alçou Trutis ao status de candidato é o motivo de toda a controvérsia. Siqueira, que tem apoio do diretório estadual, presidido pela senadora Soraya Thronicke, alegou que a votação do diretório foi ilegal e que nela votaram pessoas que não poderiam votar.
Já Trutis diz que a senadora atuou em favor do vereador, ao dissolver o diretório municipal e desistir do recurso favorável a Trutis quando ele já não era presidente municipal do partido.
“A senadora e o Vinícius Siqueira destituíram, usaram a chave do Estadual que ela tem do Candex [sistema de registro de candidaturas], me destituiu, colocou o primo como novo presidente, nem que seja por 48 horas, desistiu do recurso em meu nome, do PSL Campo Grande” explicou Trutis.
“A gente acredita, sim, que isso é uma fraude processual, até porque ela não pode fazer as alterações sem orientação da nacional [executiva nacional do partido]. E a nacional, mesmo revertendo, tem uma petição lá que a gente acredita que o senhor Paulo Matos, primo da senadora, assinou enquanto eu ainda era presidente”, acrescentou o deputado, que ainda disse que, na opinião dele, as manobras da executiva estadual comandada por Soraya e em favor de Siqueira foram ilícitas.
PESQUISAS
Trutis também fez questão de ressaltar que o nome dele aparece à frente do nome de Siqueira nas pesquisas. “Isso aí é o principal motivo de a nacional não ter acreditado na campanha do Vinícius, ele nunca se tornou viável. Mais uma vez, mostra que meus argumentos são verdadeiros (...) tenho o dobro de chances dele de chegar numa campanha”, disse Trutis.
Perguntado se o racha no partido tem atrapalhado o desempenho do PSL, Trutis acredita que não haverá problema com as bases. “Quando a gente tomou essa decisão, o PSL já tinha investido R$ 110 mil na pré-campanha do vereador e mesmo assim ele não saía de 1% e 2% [nas pesquisas]. Toda a estrutura que ele usou para investigações era nossa e nem assim ele crescia. Então, assim o público de Campo Grande, uma parcela, não sabe nem que ele existe”, comentou Trutis.
As investigações a que o deputado se refere são viagens, busca de documentações e apuração de denúncias envolvendo o transporte coletivo de Campo Grande e a concessão de água e esgoto.
Sobre seu recurso no TSE, Trutis se mantém esperançoso. “A gente acredita que ainda dá tempo de reverter e tenho absoluta certeza que se eu for homologado como único candidato do PSL vou estar no segundo turno”.
SIQUEIRA
Procurado, o também o vereador e (também) candidato do PSL, Vinícius Siqueira, acredita que a disputa com Trutis não prejudicará o partido, o qual, segundo ele, não está rachado. “Quanto ao racha da base, não existe isso porque o partido está abraçado na campanha”, afirmou.
Siqueira também frisou que está com quase todas as lideranças do partido já muito próximas. “Estive esta semana conversando com o Capitão Contar [deputado estadual], é bem provável que ele nos apoie. Dr. Ovando [deputado federal] também está conversando muito com a gente, há candidatos dele na base e ele também está gostando da campanha, a própria Soraya”, enumerou.
Sobre as declarações de Trutis, de que tem apoio da executiva nacional do partido, ao ser perguntado, Siqueira respondeu com ironia: “Faltou avisar a nacional sobre isso”. (Eduardo Miranda)
Com informação do portal Correio do Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário