quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Rastreamento da Covid-19 em animais começa em novembro na Capital

 


Thais Libni

A partir do mês de novembro, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizarão o rastreamento de animais em busca de casos de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19).


Serão analisados 100 animais de famílias da Capital pela UFMS, como parte de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Paraná. Atualmente, a pesquisa já conta com a participação de profissionais de Campo Grande, Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).


Segundo a professora Juliana Galhardo, coordenadora da pesquisa em Mato Grosso do Sul, investigações semelhantes ocorreram em diversos países. “É bem raro o ser humano transmitir para os animais algum vírus, por exemplo, quando ocorreram os casos de Gripe Suína, Influenza, surgiram investigações em busca de pessoas tivessem transmitido para seus pets o vírus. O que foi descoberto é que era possível sim, mas em um perfil bem parecido do que está acontecendo agora, os animais apresentavam anticorpos e não apresentavam o vírus. Eles se defendiam tranquilamente e queremos saber se isso está acontecendo agora”, explica.


Juliana frisa que para a pesquisa em Mato Grosso do Sul, os últimos detalhes estão sendo acertados para garantir o início em novembro. O recrutamento de voluntários deve acontecer em breve e todas as coletas serão realizadas até fevereiro de 2021.


Serão 100 animais que passarão por duas coletas, uma no primeiro dia e a segunda entre até duas semanas depois da primeira, totalizando 200 coletas. Em caso de resultado positivo, os pesquisadores poderão voltar até a casa para realizar o exame em outros animais da mesma família, para identificar novas infecções. 


Sintomas

De acordo com Juliana Galhardo, a pesquisa deve investigar a transmissão, possíveis sintomas e a produção de anticorpos. “A intenção é compreender a transmissão da doença do humano para os pets, se os animais desenvolvem algum sintoma compatível com a doença ou se houve mudança no perfil de anticorpos. Com os resultados podemos propor medidas de segurança a esses pets”, explica.


Recentemente, o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus foi identificado em uma gata em Cuiabá (MT). O animal testou positvo pelo exame molecular de PCR e não apresentou nenhum sintoma. Por isso, a UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), também passou a integrar a pesquisa.


A pesquisadora ainda ressalta que os cães e gatos não transmitem o vírus para seus donos, sendo os tutores os responsáveis pela contaminação dos pets. “ O nosso foco aqui é entender a dinâmica do ser humano com o seu pet e assim poder propor medidas de cuidado não só para a Covid-19, mas para outras doenças que as pessoas possam transmitir para seus bichinhos”, frisou a pesquisadora.


No total a pesquisa fará a avaliação de 1 mil testes, sendo a primeira do gênero em país tropical.

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