G1 MS Foto;Policia Civil/Divulgação
Mato Grosso do Sul teve em 2019 o maior número de homicídios entre os povos indígenas do país. Quarenta integrantes e líderes foram assassinados no estado, de um total de 113 no país, segundo o novo relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgado nesta quarta-feira (30).
O documento é resultado de uma apuração feita com as entidades e associações dos povos sobre a situação dos índios no Brasil.
"Constata-se que em 2019 a população indígena de Mato Grosso do Sul continuou sendo alvo de constantes e violentos ataques, em que há até mesmo o registro de práticas de tortura, inclusive de crianças", cita o relatório.
O estado também aparece na primeira posição na quantidade de conflitos relativos a direitos territoriais. Em 2019, conforme o Cimi, foram 10 no estado, o que representa 28,5% dos 35 que ocorreram no Brasil.
O relatório aponta que Mato Grosso do Sul também é o estado que registrou neste ano a maior quantidade de casos de violência sexual. De dez ocorrências no Brasil, quatro foram no território sul-mato-grossense.
Mato Grosso do Sul também é citado no relatório como o segundo estado do Brasil em quantidade de suicídios de indígenas (34). O documento aponta que o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do estado diz que nos últimos 14 anos, cerca de 645 indígenas se suicidaram, o que significa 1 suicídio a cada 7,9 dias .
O documento ressalta ainda que em 2019 houve um aumento de 452% nos focos de incêndios em terras indígenas. A área mais afetada, de acordo com o levantamento do Cimi, foi a Kadiwéu, que fica localizada na transição entre o Pantanal e Cerrado e registrou 1.268 focos.
O G1 entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para saber o posicionamento do órgão diante dos dados apresentados pelo Cimi, mas até a última atualização da reportagem não obteve retorno.
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