Reuters
O governo mexicano pediu formalmente ao papa Francisco a devolução temporária de vários manuscritos indígenas antigos mantidos na biblioteca do Vaticano em função do aniversário de 500 anos da conquista espanhola do México, em 2021.
O pedido para exibir os manuscritos no México foi feito em uma carta de duas páginas dirigida ao papa e publicada no sábado na conta do presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, no Twitter, mas com data de 2 de outubro.
A carta foi entregue ao papa pela esposa de Lopez Obrador, Beatriz Gutierrez Muller, que se encontrou com ele no Vaticano após uma agenda na sexta-feira com o presidente italiano, Sergio Mattarella.
Um dos três códices, ou livros, solicitados é o Codex Borgia, um livro colorido que ao longo de dezenas de páginas retrata deuses e rituais do antigo México central.
É um dos exemplos mais bem preservados de escrita ao estilo azteca pré-conquista espanhola que existe, depois que as autoridades católicas no México da era colonial rejeitaram esses códices como obra do diabo e ordenaram que centenas ou mesmo milhares deles fossem queimados nas décadas seguintes à conquista de 1521.
Na carta, Lopez Obrador solicita ao Vaticano a devolução do Codex Borgia, dois outros documentos antigos, bem como mapas da capital asteca de Tenochtitlan, para um empréstimo de um ano em 2021.
O presidente planeja no próximo ano uma série de eventos para marcar o aniversário da chegada dos espanhóis, que promoveram extermínio em massa da população indígena. Ele também reiterou pedido para que a Igreja Católica, assim como o rei espanhol Filipe VI, se desculpem pelas atrocidades cometidas pelos espanhois no México, o que López Obrador disse que representaria um “ato de contrição (arrependimento) histórica”.
O Vaticano ainda não respondeu ao pedido, mas seus museus e arquivos já emprestaram no passado vários manuscritos e obras de arte após pedidos semelhantes de outros países
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