terça-feira, 6 de outubro de 2020

Mesmo com crematório, ser enterrado ainda é mais barato em Campo Grande

 

                                           Valdenir Rezende / Correio do Estado

Carol Alencar Cozzatti, Súzan Benites


Pouca gente sabe, mas procedimentos pós-morte são burocráticos. Assuntos como funeral e sepultamento são de responsabilidade de quem fica - geralmente, a família. Mas você sabe quanto custa morrer em Campo Grande? 


Com a abertura do primeiro Crematório da Capital, que será inaugurado nesta quarta-feira (7), uma reportagem do Correio do Estado promoveu uma pesquisa sobre os preços funerários e constatou que ainda é mais barato ser enterrado do modo convencional.


Os preços variam dependendo do tipo de plano. Caso o ente ou uma família não tenha nenhum plano funerário, os custos variam entre o mínimo de R $ 2,4 mil e a chegada ao máximo de R $ 8 mil. Há ainda o enterro gratuito oferecido pela prefeitura às famílias carentes.


Na Funerária Nippon, caso a pessoa necessite de todo o auxílio, com funeral, transporte e cemitério, o valor tornaria é de R $ 2,4 mil em cemitério da própria funerária, o Jardim da Paz. 


O custo adicional, neste caso, será a parcela de R $ 39 mensais para manutenção da lápide.


Já quando a família tem um jazigo próprio, para o processo de velório e enterro, uma cobra funerária R $ 1,8 mil.


O funcionário da Pax Campo Grande, Gil Carlos Rodrigues, explica que vários fatores influenciam nos custos com o sepultamento.


 “Tem como opções de urna, duração do enterro, etc. Se a pessoa já tem cemitério, o valor varia entre R $ 1,5 mil a R $ 3,5 mil. Já quando não tem nenhum plano funerário, com tudo incluso - velório, atendimento funerário e cemitério -, os preços vão variar de cinco a seis mil reais, em média ”, explicou.  


A Pax Nacional é quem traz uma opção inovadora para cremação. Sem nenhum tipo de convênio, o preço pago gira em torno de R $ 8 mil, tanto para cremação quanto para o sepultamento.  


Planos funerários são opções


O que muitas funerárias fazem é dar opções de planos duradouros - para a vida toda - que encaixam toda a família, incluindo pai e mãe. 


Os valores só são diferentes quanto à escolha. Na Pax Nacional, um plano razoável para toda a família (casal, filhos, pai, mãe e irmãos se primeiros solteiros) sai por R $ 135,40, que te dá o direito de ter o funeral que inclui capela, caixão, atestado de óbito e preparação do corpo mais o valor da mensalidade do cemitério.  


Já para o plano da cremação, o valor da mensalidade sai mais em conta. No caso da Pax Nacional, se refere por funeral e cremação, uma mensalidade para toda a família sai por R $ 57,10. 


Caso o contratante do plano queira incluir sogro e sogra, o valor da mensalidade aumenta em R $ 21 para ambos.


Na Pax Campo Grande também não há custos adicionais, quando a família possui um plano funerário.


 “O plano é uma mensalidade que custa entre R $ 41,80 até R $ 380, um plano familiar que inclui cônjuge e filhos menores de 21 anos”, completou Rodrigues.


Há ainda uma possibilidade de não pagar pelo sepultamento, quando a família não consegue arcar com os custos. 


A Prefeitura de Campo Grande tem um programa de auxílio funeral. De acordo com a gestão, assim que uma pessoa falece, a família deve acionar a Secretaria de Assistência Social (SAS).  


A secretaria faz uma visita ao local e encaminha to a Pax que está de plantão - e é contratada pela administração.


 “Algumas famílias perdem o benefício porque acionam a funerária antes de chamar a assistência social. Nesses casos, não temos como reverter ”, explicou a assessoria da SAS.  


Crematório será inaugurado


Novidade aos campo-grandenses, o primeiro crematório da cidade chama a atenção. 


Localizado nos altos da Avenida Tamandaré, o Crematório de Campo Grande possui uma arquitetura imponente e espaço interior requintado, com carpete vermelho e poltronas aveludadas.


“De alguns anos para cá, vemos a cremação crescer como opção. Não há novos espaços nos cemitérios públicos e nos privados está cada vez mais escasso. Contudo, o crematório funcionará como uma extensão do cemitério e nossos associados ao aderir ao novo serviço por uma pequena taxa mensal ”, explica Arthur de Carli, diretor do crematório.


A obra destaca-se por ser o maior complexo do segmento na região Centro-Oeste. 


Além do prédio principal, uma nova unidade conta também com um amplo jardim que foi personalizado para receber as estruturas do cruzeiro, capela, columbário e ossuário.


A concessão do serviço pela Prefeitura de Campo Grande, bem como a licença ambiental / instalação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano ( Semadur ), foram publicados em fevereiro de 2014.


As obras tiveram início em 2017 e já estão concluídas, conforme licença de operação expedida em dezembro de 2019.


Primeiro crematório do brasil


O primeiro crematório do Brasil, que também foi o primeiro da América Latina, foi inaugurado em 1974 em São Paulo: o crematório municipal de Vila Alpina. 


Atualmente o País abriga cerca de 100 crematórios, o que permite um novo olhar na forma de se despedir de um ente querido. 


Porém, segundo o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil ( Sincep ), uma avaliação em comparação ao sepultamento convencional ainda é pequena.  


“Nosso segmento é introspectivo e passamos a ver o enlutado com novos olhos, fazendo um trabalho de maior acolhimento do luto; aos poucos, e com uma nova abordagem para a celebração da vida e legado da memória dos que já partiram, vamos conquistando este espaço ”, avalia Gisela Adissi, presidente do Sincep.



Com informação do Portal Correio do Estado

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