segunda-feira, 4 de maio de 2020

Supermercados mantêm empregos e abrem vagas


Mesmo com crise, segmento não registra demissões; rede estima 600 novos postos de trabalho com unidade inaugurada em Campo Grande
Súzan Benites

Com a maioria dos setores da economia registrando demissões, o ramo supermercadista vem na contramão. Além da manutenção dos 23 mil empregados do setor no Estado, é possível perceber a diferença com as ofertas de vagas para o segmento divulgadas semanalmente pelos balcões de emprego. E ainda há a inauguração de uma unidade atacadista, que vai gerar 600 empregos diretos e indiretos.

O presidente da Associação Sul-mato-grossense de Supermercados (Amas), Edmilson Veratti, explica que a principal intenção do setor é a manutenção dos empregos já existentes. “O que tem acontecido é a substituição de alguns colaboradores e a recomposição de quadros – alguns trocam de emprego, outros pedem para sair. Mas o importante é que a gente não cogita demissão no setor”, disse.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério da Economia apontam que, em Mato Grosso do Sul, o setor supermercadista é responsável por 23 mil postos de trabalho, o que corresponde a 18,52% do total de empregos gerados pelo comércio.

Na Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) e na Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat), das novas ofertas de emprego que têm sido anunciadas, muitas são para o ramo supermercadista.

“Nesta semana nós tivemos vagas anunciadas tanto para trabalhar em Três Lagoas quanto em Campo Grande. A maioria dessas vagas que temos anunciado é para trabalhar em supermercados”, afirmou o diretor-presidente da Funtrab, Enelvo Felini.

Segundo o presidente da Amas, ainda não há uma projeção para a criação de novos postos até o fim do ano. Ele afirma que a certeza é a de que os empregos serão mantidos, mas a abertura de novas empresas no Estado traça um cenário positivo.

“Com abertura de novas empresas é obvio que existe um aumento do número de funcionários do setor em MS. A gente acredita que o setor supermercadista será um braço forte da economia para sustentar os empregos”, explicou Veratti.

SETOR

Dados da Rais apontam que, somente em Campo Grande, o setor supermercadista é responsável por mais de 10 mil postos de trabalho, o que corresponde a 19,09% do total de empregos gerados pelo comércio.

A economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, afirma que tudo leva a crer que o setor está ajudando a amenizar a situação da empregabilidade. “Supermercados e similares estão ajudando a segurar um pouco o estoque de empregos, porque são eles que estão abrindo vagas e isso ajuda amenizar a situação”, disse a economista, e ainda explicou que o setor é fundamental para o comércio.

“Quando a gente fala de PIB, a gente tem [de ressaltar] que em torno de 50% do PIB do comércio é composto pela receita dos supermercados, então tem um peso muito grande. Se as vendas continuarem da forma como estão, têm grandes chances de segurar mais os empregos, porque a demanda ainda está mais elevada”, contextualizou Daniela.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

Em meio a crise, o Assaí Atacadista inaugurou, na quinta-feira, sua terceira loja em Campo Grande, na Avenida Duque de Caxias. O investimento no empreendimento foi de R$ 58 milhões, segundo informações da rede.

De acordo com o presidente do Assaí Atacadista, Belmiro Gomes, sem contar a etapa de obras, a nova unidade gerou 600 empregos diretos e indiretos. “Além de oferecer preços competitivos para que todos possam se abastecer, colaboramos também com a geração de trabalho e renda para a população, fortalecendo a economia local”, disse.

O empresário diz que no período de isolamento social as duas unidades já instaladas confirmaram a aderência dos campo-grandenses ao modelo de negócio. “Em especial nesse período de isolamento, era fundamental para nós entregarmos mais um local de compra para os moradores da Capital e dos municípios vizinhos”, completou Belmiro Gomes.

A rede ainda informou que adotou medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde para evitar a disseminação da Covid-19. Entre as medidas estão a higienização de carrinhos de compras e demais pontos de contato na unidade; o acesso à loja será limitado em momentos de alta demanda; clientes serão orientados sobre a formação de filas na área externa; funcionários medirão a temperatura dos clientes na porta de entrada da loja; e a área dos caixas ganhou painéis de acrílico e marcações no piso.

Com informação do Portal  Correio do Estado

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