quinta-feira, 28 de maio de 2020

Acusados de milícia põem culpa em foragido

                                         - Foto: Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado

Daiany Albuquerque, Eduardo Miranda

Motorista desaparecido levou a culpa por arsenal apreendido há 1 ano com ex-guarda

O ex-guarda municipal Marcelo Rios, acusado de integrar suposto grupo de extermínio chefiado por Jamil Name e Jamil Name Filho, isentou pai e filho de culpa em seu depoimento no processo que trata do arsenal apreendido há 1 ano em uma casa no Bairro Monte Líbano, e atribuiu ao motorista Juanil Miranda Lima, 43 anos, a propriedade de dezenas de armas apreendidas, entre eles fuzis 7.62 e AK-47. Juanil está foragido desde que a operação Omertá, que apura o envolvimento do grupo chefiado por Jamil Name e Jamil Filho, em várias execuções foi deflagrada. Outro foragido é o guarda municipal José Moreira Freires, porém a ele, não foi atribuída nenhuma acusação.

Ontem foi o dia de depoimentos de vários acusados de integrar e organização criminosa. No período da tarde, falaram à Justiça, por meio de videoconferência, Marcelo Rios, e também Jamil Name e Jamil Name Filho.

Como era esperado, Marcelo Rios negou todas as acusações que recebeu desde que foi preso, há 1 ano. A prisão dele, com um arsenal com milhares de munições e dezenas de armamentos, entre eles alguns do modelo AK-47, desencadeou a investigação que resultou na Operação Omertá quatro meses mais tarde.

Rios disse que as armas apreendidas foram “plantadas” na casa dele e no carro dele, e que os fuzis, pertenciam a Juanil. No mesmo depoimento, afirmou que o motorista era vendedor de armas, e que ganhava comissão para cada de Juanil era vendidas.

Sobre a casa no Bairro Monte Líbano, onde foi preso no dia 19 de maio, o ex-guarda municipal afirmou que Jamilzinho, para quem trabalhava, esqueceu a chave com ele.

No depoimento, o ex-guarda municipal queixou-se do tratamento que recebeu no Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras), que efetuou sua prisão.

Quando foi preso, Rios já era monitorado pelos policiais do Garras e do Grupo de Apoio na Repressão ao Crimes Organizado (Gaeco). Toda a cadeia de contatos entre ele, Jamil Name Filho, e outros colegas da guarda municipal, estava no radar dos investigadores, que fizeram o flagrante, e encontraram com eles as armas que ele firmou terem sido plantadas.

Além do arsenal apreendido, também havia bloqueadores de telefones celulares, e instrumentos que era usado para tortura, como arreadores de gado.

FAMÍLIA NAME

Em seu depoimento, Jamil Name disse que a única arma que tinha, era uma pistola 380 e uma espingarda calibre 12. As duas registradas na Polícia Federal.

Disse que uma discussão de seu filho, Jamilzinho, e o irmão do delegado do Garras, Fábio Peró, teria começado uma “encrenca” entre eles. Durante o depoimento, Name chegou a afirmar: “esse homem é o Satanás”.

Durante a investigação, em setembro do ano passado, equipes do Gaeco identificaram um suposto plano, elaborado pelo grupo, para executar o delegado.  Sobre Jamil Name Filho ter envolvimento com o arsenal respondeu: “sei muito pouco da vida dele”.

No depoimento de Jamil Filho, como a acusação já esperava, ele também negou envolvimento com o arsenal apreendido há 1 ano com seu funcionário, Marcelo Rios. Enfureceu-se ao ouvir o nome do delegado Fábio Peró, e questionou se vive numa inquisição ou em uma ditadura, ao lembrar que seu pai foi mandado a um presídio federal, mesmo sendo um réu primário.

Com informação do Portal Correio do Estado

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