sábado, 16 de maio de 2020

Redução de antimicrobianos na produção de suínos pode aumentar desempenho da granja

                                                        Foto; Pixabay
Estudo da Trouw Nutrition mostra sucesso ao eliminar promotores de crescimento, garantindo melhoria da produtividade


Como parte de um projeto para reduzir o uso de antibióticos na produção de suínos, a Trouw Nutrition realizou no Brasil estudo de caso por três anos. As medidas preventivas adotadas tinham como objetivo melhorar a saúde dos animais, sem perdas no desempenho, a partir do fornecimento de dieta com maior valor nutricional, melhores práticas de manejo e higiene e de biosseguridade.


Segundo Nienke de Groot, gerente global de programas para saúde intestinal da Trouw Nutrition, a indústria suinícola brasileira caminha para reduzir e até mesmo eliminar progressivamente o uso de Antimicrobianos Promotores de Crescimento (APCs), o que é muito positivo. “Os produtores estão se preparando para o futuro. E o futuro é de produção sem antibióticos”, destaca a especialista.

O estudo de caso foi coordenado pelo gerente técnico de suínos da Trouw Nutrition, Maurício Dutra, e motivado exatamente pela falta de informações sobre alternativas ao uso de APCs.

Após a elaboração da estratégia de manejo, o primeiro passo foi remover antibióticos da ração e adicionar blends de ácidos orgânicos e fibras para aumentar a produção de leite em matrizes. “A fibra não fazia parte da dieta durante a gestação, então, além de inclui-la na alimentação também adicionamos os ácidos orgânicos. Após as mudanças nas dietas e melhoria nos níveis nutricionais, principalmente na fase de lactação, tivemos  sucesso com o resultado de produção de leite após o parto, o que era nosso objetivo”, descreve o gerente técnico de suínos da Trouw Nutrition.

Os antibióticos que eram fornecidos aos animais como medida preventiva também foram removidos. “Aqui foram aplicadas melhores práticas de manejo, higienização e controle da temperatura nas salas da creche durante as primeiras semanas após o desmame”, pontua Dutra.

Ao fim do estudo, a quantidade total de antimicrobianos fornecida aos animais diminuiu de 521,4 mg por kg de peso corporal para 30,2 mg. "Mesmo removendo todos esses antibióticos, não tivemos problemas com o desempenho. Na verdade, melhoramos os resultados”, destaca o especialista da Trouw Nutrition.

Segundo relatórios do estudo, o número de leitões desmamados aumentou de 29,5 para 30,9 por porca ao ano e a mortalidade anual nas fases de Creche e Terminação ficou em 1,0%, em média. Na terminação o ganho de peso médio diário aumentou de 0,82 kg por dia para 0,97 kg.

Para Nienke de Groot, retirar completamente os antibióticos da produção leva tempo e envolve uma atuação integrada sobre vários aspectos da produção, como qualidade da água, manejo, ambiência, sanidade e nutrição. "O estudo de caso comprovou que é perfeitamente possível”, diz. “Agora, nos concentramos em provar que o desempenho pode ser melhor quando substituímos os APCs por estratégias preventivas", acrescenta a gerente global de programas para saúde intestinal da Trouw Nutrition.

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