sábado, 16 de maio de 2020

“Eu achava que não matava uma barata”, diz barbeiro que negociou com serial killer


                                         Foto: Álvaro Rezende/ Correio do Estado
Assassino matava e enterrava suas vítimas
 Fábio Oruê

Barbeiro de 53 anos, que negociou com C.S.C., de 43, o terreno em que o assassino enterrou seu primo Flávio Pereira, de 34, em 2015, disse que conhecia o mesmo e o achava inofensivo. “Eu achava que não matava uma barata”, revelou.

O assassino, que matou pelo menos cinco pessoas nos últimos anos, matou o primo, o enterrou no terreno e depois o vendeu para o barbeiro, que preferiu não ser identificado. “Eu não imaginava uma desgraça dessa. A gente tava dormindo em um cemitério”, descreveu ele.

Ele contou que comprou o terreno com C. S. C. por R$ 50 mil e construiu a casa onde mora com a esposa atualmente. Disse também que apenas via e falava com o assassino esporadicamente, já que mora próximo da família de C. S. C. “Todo mundo fala que ele é um cara gente boa, nunca que seria um serial killer”.

De acordo com o delegado Carlos Delano, da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH), o assassino é uma pessoa fria e confessou os crimes tranquilamente. “É um cara que não dá muito valor para a vida humana, isso pode se dizer com certeza”, disse. “Segundo ele nos disse usou madeira na maior parte dos casos, para golpear a cabeça da vítima e lembrava perfeitamente onde aconteceu os crimes e onde haviam enterrado”.

As vítimas - cinco até o momento - são homens e possuíam bens. “Com base nessas características, [ele matava] visando tomar para si os bens dessas vítimas mortas por ele”, revelou. A polícia também não descarta a possibilidade de haver mais vítimas.

CASO

O assassino em série foi preso na madrugada desta sexta-feira (15) pela morte de José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos, e confessou os outros assassinatos. José foi encontrado enterrado na própria casa, na Vila Nasser. Ele foi morto pelo serial killer e a sua filha, Yasmin Natacha Souza de Carvalho, de 19 anos. A mulher dele também teria participado e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Todos estavam morando na residência.

Depois de preso e os assassinatos revelados, a busca pelos outros corpos se iniciou por volta das 3h. Duas ossadas foram encontradas durante a manhã de hoje e identificadas como sendo de José Jesus de Souza, de 45, e de Roberto Geraldo, de 48.

Roberto foi encontrado na região do bairro Zé Pereira, na avenida José Barbosa Rodrigues. Depois de quatro horas e meia de escavações, a polícia achou ossos das pernas, meias, sapatos e roupa íntimas de Roberto. O corpo estava a cerca de 40 cm de profundidade. Ele foi com o suspeito até o terreno com a intenção de limpar e invadir o local, mas lá, se desentenderam e C.S.C golpeou a vítima na cabeça com o cabo de uma picareta. O autor enterrou o corpo e arma do crime no mesmo lugar. Já José Jesus estava enterrado em um terreno no Coophatrabalho.

No começo da tarde, o corpo do idoso Hélio Taira, de 73 anos, foi encontrado em uma residência, na Vila Planalto. Conforme Delano, o assassino fazia reforma na residência e, na ocasião, Hélio foi contratado para prestar um serviço de jardinagem e limpeza. Foi então que ambos se desentenderam e o pedreiro matou a vítima com pauladas, cavou buraco, enterrou o corpo e depois concretou o local, colocando piso.

Com informação do Portal Correio do Estado

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