A mudança nos hábitos do consumidor e o avanço da tecnologia fizeram com que um dos principais objetivos do horário de verão se perdesse. Segundo um estudo do Ministério de Minas e Energia, a adoção da hora adiantada na estação mais quente do ano não resulta mais em economia de energia. A manutenção do horário de verão aconteceria por uma “questão cultural”.
“Em termos integralizados (dia e noite), o horário de verão não atendeu ao que se propôs – ou seja, não há relação direta com redução de consumo e demanda”, diz o estudo.
E a popularização dos aparelhos de ar condicionado é uma das principais razões dessa mudança. No estudo, técnicos do MME apontaram que a temperatura é o que mais influencia os hábitos do consumidor, e não a incidência da luz durante o dia.
Como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo são registrados atualmente nesse período. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o horário de ponta ocorre entre 14h e 15h, e não mais entre 17h e 20h.
A economia de energia entre 17h e 20h ainda ocorre atualmente, mas é menor do que o aumento do consumo verificado durante as madrugadas por causa do uso do ar condicionado entre meia-noite e 7h.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, afirmou que, para o governo, a aplicação do horário de verão se aproxima da neutralidade. “Mas, para a sociedade, para o trânsito, para a vida das pessoas, a impressão é de que o horário de verão traz mais benefícios”, afirmou.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, salientou que o horário de verão não serve para reduzir o consumo de energia, e sim para diminuir a concentração da carga nos horários de pico. “Se não adotássemos mais o horário de verão, isso não seria um problema para o setor elétrico. Mas ele traz ganhos inegáveis para o setor de turismo e para a população”, disse.
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