sábado, 15 de julho de 2017

Eike Batista cita Lula, Cabral e Mantega em proposta de delação

                                 (Felipe Dana/AP)

Empresário dará detalhes do lobby feito pelo ex-presidente em favor das empresas do grupo X, mas irá ponderar que petista nunca pediu dinheiro para eleição

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O empresário Eike Batista e seus advogados produziram ao menos oito anexos da proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro. Os principais nomes citados na colaboração de Eike são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff (PT).

Eike deve detalhar o lobby que teria sido feito por Lula em favor das empresas do grupo X. O empresário, no entanto,vai ponderar que o petista nunca fez nenhum pedido formal para que contribuísse nas campanhas eleitorais. No caso de Mantega, ele pretende detalhar o pedido do então ministro para que fizesse um pagamento de 5 milhões de reais, no interesse do PT – o empresário já havia falado sobre isso em depoimento no ano passado à força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Já Cabral teria cobrado propina de ao menos duas empresas de Eike: a petroleira OGX e a OSX, braço de construção naval do grupo. A defesa do fundador do grupo X está agora colhendo anexos de executivos e ex-executivos das empresas de Eike, que podem corroborar as suas declarações. Há cinco executivos colaborando, segundo fontes. O empresário recorreu a eles em busca de detalhes, porque ficava na holding do grupo, a EBX, e não se envolvia no dia a dia das companhias.

Procurado, o MPF informou que não se manifesta sobre tratativas de acordos de delação. O advogado de Eike, Fernando Martins, não quis comentar o caso.

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