quarta-feira, 14 de junho de 2017

Amigos se despedem do jornalista Jorge Bastos Moreno no Rio

G1                                     Jorge Bastos Moreno (Foto: Leo Martins / Agência O Globo)

Cerimônia acontece no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Moreno morreu na madrugada desta quarta-feira (14), aos 63 anos. Jornalista tinha mais de 40 anos de carreira, grandes furos de reportagens e um Prêmio Esso.


O Corpo do jornalista Jorge Bastos Moreno, que morreu no início da madrugada desta quarta-feira (14), era velado na tarde desta quarta-feira, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Desde o início da tarde, amigos do jornalismo, do meio artístico e personalidades de Brasília foram se despedir de Moreno.

Moreno, colunista do jornal "O Globo", 63 anos, morreu de edema agudo de pulmão decorrente de complicações cardiovasculares, conforme informou "O Globo".


Foram enviadas para o local coroas de flores de personalidades como Mariana Ximenes, Zeca Pagodinho e o governador Luiz Fernando Pezão. O apresentador Pedro Bial falou sobre a falta que o jornalista fará no cenário nacional.

“Moreno incorporava a capacidade de transitar por vários meios, principalmente políticos, sem fazer guerra disso. Elevou o colunismo político à categoria de arte mesmo, com seu bom humor que não poupava ninguém, nem a si mesmo. No Brasil de hoje vai fazer uma falta enorme. À mesa do Moreno se sentavam pessoas de todos os matizes políticos, para conversar, trocar ideias, não para brigar”.

O diretor de redação do Jornal "O Globo" Ascanio Seleme foi um dos primeiros a chegar ao cemitério São João Batista.


Depois que Moreno deixou Brasília, nunca mais houve aquelas reuniões com gente de todo o espectro

político. Ele estava muito empolgado com a cobertura atual, o furo que o Lauro Jardim deu o entusiasmou demais. Ele tinha essa generosidade, de vibrar com o trabalho de colegas".


O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, conterrâneo de Moreno foi se despedir do amigo.
"Éramos amigos desde 1973, sempre nos encontrando em Brasília. Ainda ontem falei com ele. Sabia lidar com todo mundo, e para o jornalismo é uma perda irreparável, por essa capacidade de reunir todo tipo de pessoa, sem brigas. A morte dele abre uma chance para a reflexão no país".
O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia lembrou do primeio contato com o jornalista.
"Em meu primeiro mandato de deputado federal fui aconselhado por meu pai, Cesar, a procurar um jornalista que sabia tudo da política. E era o Moreno, a quem procurei e com quem muito aprendi. Tive o privilégio de me tornar seu amigo e só guardarei ótimas lembranças dele"

Um dos mais respeitados repórteres de política do Brasil, Moreno nasceu em Cuiabá (MT) e foi morar em Brasília na década de 1970. Há 10 anos vivia no Rio.
Moreno tinha mais de 40 anos de carreira. Trabalhou no jornal "O Globo" por cerca de 35 anos, onde chegou a dirigir a sucursal de Brasília. Nas redes sociais, amigos e políticos lamentaram a morte do jornalista.

Furos de reportagens
O primeiro grande furo de reportagem de Moreno foi no “Jornal de Brasília”: a nomeação do general João Figueiredo como sucessor do general Ernesto Geisel.
Durante o impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992, quando a própria CPI do PC Farias procurava uma prova cabal que ligasse o presidente aos cheques de “fantasmas” que vinham do esquema PC, foi Moreno que revelou que um Fiat Elba de propriedade do presidente tinha sido comprado pelo “fantasma” José Carlos Bonfim. Uma informação que ainda não era do conhecimento nem do relator da CPI, deputado Benito Gama, nem de seu presidente Amir Lando. A manchete de "O Globo" selava o destino do presidente.

Prêmio Esso

Moreno venceu o Prêmio Esso de Informação Econômica de 1999 com a notícia da queda do então presidente do Banco Central Gustavo Franco e a consequente desvalorização do real. O prêmio é um dos mais importantes no jornalismo brasileiro.
No fim da década de 1990, estreou sua coluna de sábado no jornal. Publicada até o último sábado (10), o espaço passou há alguns anos a ter o nome do próprio Moreno. Leia aqui a última coluna do Moreno.
Desde 10 de março, comandava o talk show "Moreno no Rádio", na CBN, às sextas-feiras à tarde. Era também o âncora do programa "Preto no Branco", do Canal Brasil, e fazia participações frequentes na GloboNews.
Também em março, lançou o livro “Ascensão e queda de Dilma Rousseff”. É autor de "A história de Mora – a saga de Ulysses Guimarães", lançado em 2013.

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