Em uma decisão inédita, o Festival de Cannes proibiu o ator francês Théo Navarro-Mussy de desfilar no tapete vermelho do evento por conta das acusações que ele sofre de estupro e agressão sexual. Não está claro se Théo está banido do evento e nem poderá participar de nada ou apenas do tapete.
Navarro-Mussy aparece no filme 'Dossie 137' e foi acusado de de 'estupro, violência física e psicológica' por três ex-parceiras. Em abril, um tribunal rejeitou a queixa original apresentada pelas supostas vítimas, mas elas disseram que planejam entrar com uma ação civil contra o ator.
A decisão foi tomada pelo diretor geral de Cannes, Thierry Frémaux. Em entrevista ao site francês Télérama, Frémaux justificou sua decisão, explicando que o caso segue sob investigação e que a proibição seria suspensa em caso de arquivamento ou se ele fosse considerado inocente.
O diretor ainda disse que as equipes dos filmes precisam garantir 'segurança, integridade e dignidade' dos envolvidos no longa e que todos foram respeitados 'durante todo o processo de produção'.
A decisão de banir o ator ocorre na mesma semana em que o astro de cinema francês Gérard Depardieu foi considerado culpado de agressão sexual e recebeu uma sentença suspensa de 18 meses.
Quem é Théo Navarro-Mussy?
O ator de 34 anos possui uma carreira relativamente nova no cinema. Seus primeiros trabalhos foram em curtas em 2016 e 2018, até ter um papel mais recorrente na série de TV francesa 'Hippocrate', exibida entre 2018 e 2021.
Depois disso, conseguiu papéis menores em filmes como 'Uma Profissão Séria', com Adèle Exarchopoulos, e 'Un homme en fuite'.
'Dossie 137' poderia ser um de seus trabalhos de maior repercussão na carreira com a participação em Cannes. A trama fala de um caso que parece ser só mais um para uma investigadora. Mas um elemento inesperado transforma tudo em mais que um simples número.
As acusações contra Navarro-Mussy vieram a tona quatro anos antes do início das filmagens e ocorreram em 2018, 2019 e 2020. A queixa das mulheres foi arquivada, porém elas já afirmaram a vontade de apresentar um recurso.
Ele disse que 'até o momento foi eximido de culpa'. Já sua advogada, Marion Pouzet-Gagliardi, afirmou que não recebeu nenhuma informação sobre qualquer andamento na Justiça.
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