Operação “Colheita Fantasma” apreendeu dólares do Zimbábue. (Foto: Divulgação)
Dracco prende líder de organização criminosa que simulava transações agrícolas para gerar créditos tributários fraudulentos.
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), deflagrou a operação “Colheita Fantasma” na última quarta-feira (30/04), visando desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes fiscais e lavagem de dinheiro.
O grupo utilizava empresas de fachada para emitir notas fiscais eletrônicas sem a efetiva circulação de mercadorias, simulando transações interestaduais de grãos e gerando créditos tributários fraudulentos.
As investigações revelaram que, desde 2020, diversas empresas controladas de forma oculta pelo grupo movimentaram mais de R$ 1 bilhão em operações fictícias, resultando em um crédito tributário indevido de aproximadamente R$ 100 milhões, além de possíveis danos tributários em âmbito federal.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ivinhema, incluindo o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias no valor de R$ 20 milhões. Em uma chácara de alto padrão em Ivinhema, foram apreendidos documentos fiscais, equipamentos eletrônicos, registros financeiros e até uma maleta contendo dólares do Zimbábue.
Dois indivíduos foram presos: Gilson Alves Lino Júnior, apontado como coordenador do esquema, e Lício Dávalos, sócio de uma cerealista em Campo Grande, detido por posse ilegal de armas durante as buscas. Lino Júnior permanece preso, enquanto Dávalos foi liberado após pagamento de fiança.
Governador Eduardo Riedel destacou a importância das investigações
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), ao ser questionado sobre a operação, afirmou: “Qualquer pessoa que desvia sua atividade, sua função, tem que ser investigada”. Ele destacou a importância das investigações e a necessidade de entender a dimensão dos prejuízos causados ao Estado.
A operação “Colheita Fantasma” integra a segunda edição da Operação Renorcrim, uma iniciativa da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A ação conjunta contou com a participação da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) e da Receita Federal, reforçando o compromisso das instituições no combate à criminalidade organizada e às fraudes fiscais complexas.

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