domingo, 18 de maio de 2025

Homens estão morrendo de ‘síndrome do coração partido’ com o dobro da frequência das mulheres

 

                                              Foto iStok



A dor de um coração partido é frequentemente relatada na literatura, na música e nos filmes de Hollywood, mas, para além da ficção, ela realmente acontece e o nome técnico é cardiomiopatia de takotsubo (TC). Ocorre não só com a dor forte no peito, mas pelo enfraquecimento do coração causado por estresse físico ou emocional. 


Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona analisou dados de 199.890 pacientes nos EUA entre 2016 e 2020 para estudar a incidência da condição e chegou à conclusão de que houve um aumento, tanto para homens quanto para mulheres, nos casos de incidência do “coração partido”.  


As fatalidades e complicações causadas pela doença foram relativamente altas. Isso corrobora pesquisas anteriores que sugerem que essa "síndrome do coração partido" está se tornando mais comum nos EUA. Embora a condição fosse mais comum em mulheres, a probabilidade de mortes era mais que o dobro em homens, com 11,2% dos homens morrendo em comparação com 5,5% das mulheres. A taxa geral de mortalidade foi de 6,5%. 


"Ficamos surpresos ao descobrir que a taxa de mortalidade por cardiomiopatia de takotsubo foi relativamente alta, sem alterações significativas ao longo do estudo de cinco anos, e a taxa de complicações hospitalares também foi elevada", disse o cardiologista intervencionista M. Reza Movahed, da Universidade do Arizona. 


Essa diferença entre homens e mulheres pode ser causada por um pico de hormônios do estresse, desencadeado por estresse físico ou emocional. Segundo os pesquisadores, o estresse físico é mais comum em homens, o que pode explicar o maior número de mortes causadas pela condição.


O estresse físico, portanto, pode ser uma cirurgia ou uma infecção, enquanto o estresse emocional pode ser um divórcio ou a morte de um ente querido. Os pesquisadores também acreditam que diferenças no equilíbrio hormonal entre os sexos podem ter um papel nisso. 


As complicações resultantes da TC incluíram insuficiência cardíaca congestiva (35,9% dos pacientes), fibrilação atrial (20,7%), choque cardiogênico (6,6%), acidente vascular cerebral (5,3%) e parada cardíaca (3,4%). 


A CT é frequentemente classificada como um ataque cardíaco ou dor no peito, devido à semelhança dos sintomas. Mas os pesquisadores responsáveis pelo novo estudo esperam aumentar a conscientização sobre a condição, para que ela possa ser melhor diagnosticada e tratada de forma mais eficaz. 


"Algumas complicações, como acidente vascular cerebral embólico, podem ser prevenidas com o início precoce de medicamentos anticoagulantes em pacientes com músculo cardíaco substancialmente enfraquecido ou com ritmo cardíaco irregular chamado fibrilação atrial, que aumenta o risco de acidente vascular cerebral", diz Movahed. 


O pesquisador afirma que as altas taxas de mortalidade são alarmantes e que mais pesquisas devem ser feitas para um melhor tratamento e como forma de encontrar abordagens terapêuticas para essa condição.  

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