terça-feira, 19 de setembro de 2023

Entrevista com o escritor Aliel Paione



 Em Sol e Solidão em Copacabana, autor entrelaça a busca da protagonista por amor e realizações a fatos relevantes da política do país

Com uma abordagem analítica a momentos marcantes da história do Brasil, o escritor mineiro Aliel Paione lança Sol e Solidão em Copacabana, uma saga de amor, ambição e solidão, ambientada em um cenário político turbulento na primeira metade do século XX.

Com o terceiro volume, o autor conclui a trilogia ficcional que conta a trajetória de Verônica, frequentadora da alta sociedade do Rio de Janeiro entre as décadas de 1910 a 1940.

O escritor entrelaça a busca da protagonista por amor e realizações a fatos relevantes da política do país. Aliel conta mais sobre a saga na entrevista a seguir.

Qual foi o ponto de partida para a trilogia?

A ideia surgiu a partir da leitura de uma reportagem sobre o cabaré Mère Louise, que existiu no início do século XX em Copacabana. Com meu profundo interesse em história e literatura, comecei a imaginar um romance que se desdobraria a partir das noites mágicas do Mère Louise, com os personagens principais como protagonistas desse ambiente.

Como a história brasileira se entrelaça aos personagens?

Busquei criar uma conexão entre os dilemas, frustrações, esperanças e conflitos existenciais e amorosos das personagens da trama com as aspirações, frequentemente frustradas, da nossa história nacional. Em outras palavras, minha abordagem consistiu em relacionar a identidade histórica brasileira e suas vicissitudes com as vidas dos personagens, como se os desafios enfrentados por eles espelhassem os problemas do Brasil.

Quais foram as suas principais fontes de pesquisa para a trilogia?

Foi minha extensa biblioteca, que abrange livros relacionados à história do século XX, e meus conhecimentos literários. Acredito que uma das melhores maneiras de compreender a história é através de romances que retratam a época desejada, desde que sejam bem escritos. Por exemplo, os romances de Machado de Assis oferecem uma excelente descrição do contexto social e político do final do Império e início da República no Rio de Janeiro.

Como você vê a relação entre literatura e história?

Vejo uma relação com grande potencial a ser explorado, pois é possível facilmente associar momentos marcantes, surpreendentes e até trágicos da história brasileira com situações similares vividas pelos personagens.

Quais são suas inspirações literárias?

Vêm principalmente da obra de Dostoiévski, pela profundidade de suas análises psicológicas e exploração das complexidades da alma humana. Também tenho grande admiração por Eça de Queiróz e Proust, com obras como "Crime e Castigo", "Os Irmãos Karamázov", "O Primo Basílio" e "Em Busca do Tempo Perdido" como exemplos inspiradores.

A conclusão da trilogia oferece uma mensagem ou reflexão sobre a realidade atual do Brasil?

Sim, traz uma mensagem importante sobre como o passado influenciou o presente no Brasil. A obra aborda como eventos históricos anteriores tiveram impacto nos acontecimentos atuais. Um exemplo disso é a figura do senador Mendonça, cuja vida e influência prejudicial são narradas como o ponto de partida de muitos problemas subsequentes.

Cite os principais assuntos abordados nesta saga:

O tema central que percorre toda a minha obra é a formação moderna do Brasil e como o país tem sido governado até os dias de hoje. Essencialmente, trata-se de uma reflexão sobre como o país tem sido conduzido por uma elite insensível aos problemas sociais e as razões pelas quais o Brasil sempre atendeu às demandas dessa elite.

As obras da trilogia fazem parte do acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. O que isso representa?

Fiquei extremamente lisonjeado, feliz e gratificado ao receber a notícia de que as obras da trilogia seriam incluídas no acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, a pedido do Consulado Americano em Washington. Foi uma surpresa agradável constatar a sensibilidade demonstrada pelos americanos em relação ao meu trabalho literário.

Ficha técnica

Título: Sol e Solidão em Copacabana
Autor: Aliel Paione
Editora: Pandorga
ISBN:
 978-65-5579-225-6
Páginas: 632
Preço
: R$ 34,90
Onde encontrar: 
Amazon

Sobre o autor

Aliel Paione é engenheiro e Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde lecionou. Trabalhou com salvaguardas nucleares na estatal Nuclebrás, no Rio de Janeiro (RJ), e foi professor de Física na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). É autor de “Sol e Sonhos em Copacabana” e “Sol e Sombras”. A pedido do consulado dos Estados Unidos, em São Paulo, as obras da trilogia integram o acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington.

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