quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Em meio a pandemia e inflação comerciantes de Campo Grande veem cenário péssimo

 



Presidente do CDL-CG, afirma que janeiro está pior que mesmo mês de 2021


 Rodrigo Almeida

Retomada das vendas do comércio deveria estar em processo, no entanto, o que dizem os lojistas de Campo Grande é que o volume de vendas e fluxo de clientes anda extremamente baixo. Com a dificuldade de o comércio e a economia engrenarem, ainda há o empecilho da inflação.


Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), Adelaido Vila, relata não haver fechamento do desempenho do comércio ainda para o mês de janeiro deste ano, mas adiantou para o Correio do Estado que as parciais deste até agora estão vindo preocupantes.


Dirigente afirma que a queda no movimento é sentida até em supermercados, algo impensável desde o começo da pandemia. 


Outro fato preocupante é que em janeiro de 2021 estávamos no auge da variante Delta da Covid-19, bem mais letal que a atual variaante Õmicron, que não causou grandes restrições.


“O que a gente percebe é que a coisa está pior [vendas em comparação com o ano passado]. 


Hoje o cidadão tem condições de sair de casa, não temos as mesmas restrições que naquela época, não tem fechamento do comércio, mas o poder de compra sumiu. É muito triste”, lamenta.


Para ele o cenário agora é muito mais tranquilo do ponto de vista sanitário e muito mais preocupante economicamente do que um ano atrás. 


“Temos notado e recebido relatos de lojistas de baixo fluxo de pessoas nas lojas. Ano passado as pessoas tinham poder de compra, mas não tinham condições de frequentar o comércio. Hoje isso se inverteu. A inflação corroeu o poder de compra com as pessoas podendo sair de casa sem restrições”, relata.


Na principal rua do comércio de Campo Grande, a 14 de julho, o sentimento é que o ano 2022 começou ruim. Vendedora no local há pouco mais de 14 meses Luana Silva, 19 anos, relata que o movimento está “horrível”.


Ela comercializa artigos para celulares e é comissionada. No último ano viu os rendimentos oscilarem. “Esperávamos um aumento por causa do fim da pandemia, mas nada mudou. Janeiro (2021), neste ano a coisa uca esteve tão ruim”, considera.


Outras duas vendedoras que também sentem o impacto do baixo fluxo de clientes são Patrícia Esteves e Carla Nascimento. 


Ambas vendem artigos de material escolar e peças para mulheres, relatam que os pais seguem preocupados com a onda da variante Ômicron. “Desde o ano passado, as vendas andam fracas. 


Todos estão com medos de as aulas serem canceladas, então eles nem compram nada por medo de ficar parado”, conta Patrícia.


O gerente comercial Michel Mesquita, 31 anos, vai na mesma linha de Luana, e diz que no momento a loja que controla deve está por um fio de não fechar. “Nosso ramo sofreu muito nesses últimos dois anos. Antes tínhamos a pandemia que não deixava ninguém sair de casa, hoje o produto encareceu demais. 


Meus clientes da classe C, D e E, se assustam”, revela.


Ele controla uma joalheria na rua 14 de julho, e se mostrou bastante incomodado com o paradeiro no mês de janeiro. 


“Tá uma M...”, se indigna. A Gerente comercial Jakeline Santana, 26, se une a Michel e Luana, todos eles compartilham o mesmo entendimento: se a compra não for de extrema necessidade, o indivíduo não leva.


Jakeline trabalha na loja em que Patrícia e Carla são vendedoras, segundo ela, o impacto nos últimos dois anos foi muito forte. 


Ela está há sete anos no mesmo comércio, que antes contava com duas lojas. Em 2021, no entanto, a gerente teve que ser realocada porque a outra unidade fechou.


Com informação do Portal Correio do Estado

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