Após carta aberta ao Bradesco, a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil – ACNB retirou na tarde desta quinta-feira(13), toda movimentação financeira no banco, onde mantinha a conta há mais de 20 anos. A decisão foi tomada em função do posicionamento do Bradesco, contrário ao setor agropecuário brasileiro.
O presidente da Nelore Brasil, Nabih Amin El Aouar, informou ao AGRONEW® que a decisão da instituição foi migrar a conta para o Banco do Brasil e, para facilitar a assinatura, a documentação foi enviada da agência de São Paulo para assinatura na agência em Carlos Chagas/MG.
Carta aberta ao Bradesco
Em Carta Aberta, a entidade havia cobrado medidas mais eficazes do Bradesco e pede que “o banco invista em ações de comunicação realmente esclarecedoras sobre a produção de carne no Brasil, minimizando o prejuízo que suas ações recentes causaram”.
No informe, a ABCN disse que os Neloristas, responsáveis por 80% do rebanho brasileiro e mais de 90% da produção de carne bovina, e por isso exigem que o Bradesco explique:
Por que tomou uma medida gratuita, agressiva e equivocada contra o setor produtivo da carne bovina?
Como autorizou a divulgação de um conteúdo que acusa a pecuária de ser apenas emissora de gás metano, esquecendo a captura de CO2 pela produção vegetal dos pastos, o que muitas vezes gera créditos de carbono?
Não houve nenhuma movimentação do Bradesco, nem devolutivas ao comunicado aberto. Portanto a instituição decidiu encerrar sua conta no banco.A matéria completa com sobre a Carta Aberta você pode conferir clicando aqui.
Sobre a polêmica com o Bradesco
Esta ação é resultado da indignação dos produtores rurais, principalmente os pecuaristas, contra uma campanha publicitária do Bradesco na qual em um vídeo aparece uma jovem sugerindo reduzir o consumo de carne e adotar a prática de comer um prato sem carne pelo menos um dia da semana, às segundas feiras, no movimento que ficou conhecido como “Segunda Sem Carne”. Você pode conferir como tudo começou, clicando aqui.
Este não é o primeiro rompimento do com o setor da carne brasileira, em comunicado publicado nas redes sociais logo no início da polêmica, a Estância Bahia Leilões anunciou o rompimento das relações financeiras com o banco Bradesco. A empresa, uma das principais do país no ramo de leilões, classificou a propaganda do banco nas redes sociais que associa a pecuária à destruição da camada de ozônio de “ato de insanidade”.
“Em respeito à pecuária brasileira e indignados com o ato de insanidade do Bradesco, que viola os nossos mais de 40 anos de relacionamento bancário, retiramos 100% de nossa movimentação financeira da instituição”, diz o texto assinado pelo empresário Maurício Cardoso Tonhá, proprietário da Estância Bahia Leilões.
Qual a sua opinião sobre isso? deixe seu comentário logo abaixo.
Na foto de capa: Nisio Hoffmann, pecuarista, Izabel Guedes França, Gerente Geral da agência do Banco do Brasil em Carlos Chagas/MG, e Nabih Amin El Aouar, presidente executivo da ACNB.
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®
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