quarta-feira, 27 de outubro de 2021

MPT-MS vai investigar assédio moral no Carrefour após gerente humilhar funcionário em Campo Grande

 


Vídeo que viralizou mostra colaborador de joelhos esfregando chão da loja enquanto é humilhado por supervisora

O MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul) abriu processo para investigar o Carrefour por assédio moral praticado por uma gerente do setor de eletro contra um funcionário. A notícia de fato deu entrada no sistema na terça-feira (26), um dia após o caso vir à tona. 


O processo recebeu anexo de documentos sobre o caso e foi considerado apto para distribuição. O titular de ofício do processo é o vice-procurador chefe do MPT em MS, Hiran Sebastião Meneghelli Filho.


Agora, o processo será distribuído para as procuradorias responsáveis para que as investigações sejam conduzidas. O prazo é de 30 dias, mas pode ser prorrogado por mais 90 dias. Caso seja comprovada a prática, a notícia de fato pode virar inquérito e terminar com responsabilização dos responsáveis. Caso o entendimento do MPT seja de que não há provas suficientes, o caso pode ser arquivado.


O caso

O vídeo mostra o funcionário de joelhos esfregando o chão da loja enquanto era humilhado pela gerente. Ele teria sido fotografado na situação pela superior, que teria enviado as imagens a uma diretora da loja. O caso foi denunciado pelo perfil "humilhadocg", no TikTok.



Conforme o relato do perfil, a gerente teria fotografado o rapaz, enquanto limpava o chão e teria enviado a imagem para a diretora, quando teria dito que o rapaz "não limpa a casa dele".


O caso ganhou repercussão após cliente relatar ter presenciado outra cena de abuso cometida, supostamente, pela mesma gerente. A publicação recebeu centenas de comentários, incluindo reclamações de ex-funcionários da supervisora. 


O Carrefour emitiu nota repudiando esse tipo de comportamento e comunicou que está apurando o caso internamente. Até então, a gerente havia sido afastada, conforme o comunicado.


Entidades repudiam assédio moral

Entidades de defesa dos trabalhadores emitiram nota de repúdio sobre o caso e afirmam que irão conversar com ambos os envolvidos. 


As diretorias das duas entidades foram até a loja do Carrefour para pedir providências e conversar com os funcionários. A direção do supermercado informou que a supervisora foi afastada do cargo e afirmou que faz uma investigação interna. O rapaz que aparece nas imagens de joelhos não estava na loja, ele estava de folga.


Carlos Sérgio dos Santos, presidente do SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande), afirma que a entidade vai voltar ao local para conversar com o funcionário para saber detalhes de todo o caso e se há outros envolvidos em atos dessa natureza.


O presidente da Fetracom-MS (Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul), Douglas Rodrigues Silgueiro, também mostrou-se indignado com o caso que repercutiu nacionalmente na internet. 


“Casos como esse nunca deveriam acontecer em pleno século XXI. O Carrefour tem responsabilidade pelo que acontece em suas lojas, especialmente com seus funcionários”, afirmou.


O presidente da Fetracom-MS disse ainda que é obrigação de toda empresa tomar conhecimento de como seus colaboradores são tratados para evitar episódios dessa natureza, imorais e ilegais. Carlos Sérgio dos Santos quer ouvir as duas partes, inclusive a supervisora, que também é comerciária. “Queremos entender o que se passou ali para poder evitar que casos como esse voltem a se repetir”, afirmou.

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