São indicados para o cultivo adensado, prevenindo contra doenças como o greening
O Instituto Agronômico (IAC) oferta porta-enxertos que atendam à demanda do mercado por frutos de mesa, para Suco de Laranja Concentrado Congelado (FCOJ) e Suco de Laranja Não Concentrado (NFC), além de apresentarem tolerância às principais doenças que afetam a cultura. Os porta-enxertos de citros são a parte da planta que fica sob o solo e que sustenta a copa. O
O IAC 3128 e o IAC 3026, induzem a planta à produção de boa qualidade de fruta. O primeiro mesmo sendo semi-ananicante é mais vigoroso e o segundo é menos vigoroso e induz a variedade-copa ao tamanho menor que dois metros.
O benefício proporcionado pelo porte ananicante é a viabilização de um espaçamento menor entre as plantas e, consequentemente, a instalação de um maior número árvores, por hectare, e maior produção por unidade de área. É o chamado plantio adensado, estratégia adotada pelo setor a partir do surgimento e expansão do Huanglongbing (HLB ou Greening), uma das doenças mais severas dos citros que causa perdas econômicas substanciais. "Para o cultivo adensado, é necessário que sejam utilizados porta-enxertos que induzam um porte menor à cultivar copa", explica a pesquisadora do IAC, Mariângela Cristofani Yaly.
Além da maior eficiência produtiva, a planta de menor porte facilita a colheita, a inspeção, a pulverização e a erradicação de plantas no controle do HLB, atendendo aos anseios da maioria dos citricultores no controle de pragas, doenças e seus vetores.
O IAC 3128 tem como principais características agronômicas a tolerância à seca, compatibilidade com laranja Pera e indução à elevada produtividade da variedade copa. Conseguiu destaque em testes em Barretos (SP) com a produção de 4.000 caixas, por hectare.
Já o IAC 3026 se destaca por induzir o porte ananicante à variedade de copa e gerar boa qualidade de fruta. Ele pode ser recomendado para plantios mais adensados, entretanto não apresenta tolerância à seca.
Os dois porta-enxertos novos já têm registro junto ao Mapa. Durante as pesquisas, foram feitos testes em duas regiões muito importantes para a citricultura paulista: Gavião Peixoto, na região central paulista, e Barretos, no norte do estado. "Notamos que diferentes condições de solo e clima, principalmente as maiores médias de temperatura máxima apresentada na região de Barretos, influenciaram o comportamento dos porta-enxertos quanto à fixação de frutos", completa a cientista.
Na pesquisa, a equipe concluiu também que os porta-enxertos influenciam no tempo de armazenamento dos frutos, que podem perder massa ao longo do período em que ficam na gôndola do mercado e na casa do consumidor.
"Atualmente, a maior parte das plantas cítricas do Brasil está enxertada sobre os porta-enxertos limão Cravo e citrumelo Swingle, o que pode colocar em risco a citricultura brasileira em função da baixa diversidade genética. Por isso é tão importante a ciência gerar essas opções ao setor citrícola e o IAC está disponibilizando essas duas novas alternativas, possibilitando a formação de plantas longevas e conferindo à copa produção e qualidade de fruto e suco", complementa Mariângela.
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