Por G 1
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello está na lista de 13 pessoas investigadas pela CPI da Covid. A cúpula da comissão vai aproveitar o recesso parlamentar para analisar quase 2 mil documentos recebidos até agora.
A CPI da Covid já fez 37 sessões e ouviu 27 depoimentos. Senadores se debruçaram sobre ações e omissões do governo federal que levaram à ineficiência do pais no combate à pandemia. Entre os temas: a crise de oxigênio em Manaus, o atraso na compra de vacinas e a aposta do governo em medicamentos sem eficácia comprovada, criticados enfaticamente pelos cientistas. Como no depoimento do dia 11 de junho:
“A gente testou em animais, a gente testou em humanos, a gente só não testou em emas porque as emas fugiram, mas no resto a gente testou em tudo e não funcionou”, disse Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência.
Mais recentemente, a CPI também revelou as suspeitas de corrupção no Ministério da Saúde. Durante o recesso, a CPI não terá sessões presenciais ou depoimentos, mas os senadores querem criar pequenos grupos para agilizar a análise dos quase 2 mil documentos e avaliar as informações que continuam chegando à CPI e que podem ajudar a abrir novas linhas de investigação.
São mais de dois terabytes de informação. É como se fossem 500 mil fotos ou mil horas de vídeo ou 13 milhões de páginas de documentos. Daria para encher a memória de 32 celulares de 64 gigabytes cada.
São informações cruciais para a investigação como quebras de sigilo bancário e telefônico, relatórios sigilosos da justiça, diálogos trocados por aplicativos de mensagens.
Thassius Veloso, jornalista especializado em tecnologia, disse que com ajuda de policiais federais e peritos a CPI pode recuperar inclusive informações que os investigados apagaram dos celulares.
“Hoje em dia existem programas de computador específicos para conseguir puxar essas informações. Então, por mais que as pessoas tentem apagar ali indícios dos seus malfeitos, ainda assim a tecnologia está aí para ajudar e às vezes puxando exatamente uma penca de dados. Agora, tem que avaliar toda essa informação”, explica.
O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues, disse à CPI que vai detalhar todos os crimes identificados.
“Eu defendo que o relatório tenha três grandes tomos, três partes. O primeiro, o crime de desumanidade; o segundo, o conjunto de crimes comuns; e o terceiro, a ocorrência que me parece cada vez mais evidente, o crime político, ou seja, o crime de responsabilidade por parte das autoridades envolvidas nas ações, omissões e corrupções no decorrer da pandemia”, disse Randolfe.
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