G1
Um casal de pesquisadores do Rio de Janeiro e de Santa Catarina desenvolveu um teste para Covid mais rápido e barato que o PCR, que ficou muito conhecido durante a pandemia.
André Pitaluga é pesquisador da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e Luísa Rona professora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), ambos especialistas em doenças tropicais, como a malária. A ideia para começar a desenvolver o teste veio após a dupla ouvir a reclamação de um vizinho.
“Um dia a gente estava subindo a rua do nosso condomínio e nossos vizinhos super queridos falaram que tinham acabado de fazer um teste - era bem no início da pandemia, pra poder a mãe dela pra ficar com eles durante a quarentena. Na época, a gente nem sabia que ia durar tantos meses. E a mãe já mais velha, com quase 90 anos.. E eles falaram: ‘Nossa, a gente pagou muito caro. Mais de R$ 300 e vai ficar pronto 3 dias só’, conta Luísa.
O novo kit de diagnóstico aplica uma tecnologia chamada RT-lamp - que já existe desde o início dos anos 2000, mas que foi adaptada para o exame de Covid e com resultados que mostram alta precisão.
“O que nos fizemos foi adaptar uma tecnologia já existente usando o RT-lamp e adicionamos à essa tecnologia a primeira parte do diagnostico molecular, que é justamente um processo novo e muito eficiente de isolamento do RNA da amostra do paciente”, explica
Depois que a amostra é passada numa solução, uma espécie de membrana é retirada do kit e colocada na água. Os resultados são indicados por cores. “A gente tem uma visualização colorimétrica. Os resultados negativos são rosa e os positivos vão ficar amarelos”, diz a pesquisadora.
O custo do novo kit é de cerca de R$ 30 reais, já foi patenteado e a autorização de uso será pedida a Anvisa.
O teste pode ser feito pelo método mais tradicional, que usa o swab nasal e até pela saliva.
"Quando a gente fez o teste usando o swab, a gente começou a fazer exatamente igual ao PCR, a nossa sensibilidade foi de 96%", diz Luísa. "E ai a gente passou a fazer bem recentemente a mesma testagem que a gente tinha feito tudo de novo, so que com amostras de saliva coletadas em jejum. Entao, a gente vai na casa de todos os pacientes que doam saliva pra gente foi pra 98%", conta André.
Variante Delta
A testagem e a vacinação são considerados aliados importantes contra a pandemia. Nesta quarta (6), a Secretaria Estadual de Saúde confirmou a circulação da variante Delta na Baixada Fluminense.
Os casos foram registrados em Seropédica e São João de Meriti. A secretaria investiga agora quem teve contato com essas duas pessoas.
Até então, um único caso da variante delta no estado tinha sido importado. Foi um morador de Campos, no Norte Fluminense, que viajou pra Índia. Todos já estão curados da Covid.
Segundo os pesquisadores, a variante Delta é mais transmissível, o que causa muita preocupação já que menos de 28 % do estado está vacinada. (27,48%)
"A gente sabe que a variante Delta é uma variante agressiva em termos de transmissão, mas a princípio tão agressiva quanto a P1, que predomina no Rio de Janeiro. A gente não sabe ainda como ela vai se comportar, é continuar o acompanhamento através dessa vigilÂncoa hegemônica, pra gente poder avaliar a tendência. Se ela vai predominar ou não só o tempo vai dizer", diz o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.
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