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De janeiro a junho o Brasil exportou 51,41 mil toneladas de feijão, volume 15,51% superior à média do mesmo período nas últimas cinco safras. Porém, no mês de junho, especificamente, foram embarcadas apenas 12,3 mil toneladas, contra 24 mil toneladas na média de junho dos últimos cinco anos. Os dados são do boletim AgroConab, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referentes a junho.
Apesar de já ter sido revertida, em junho a taxa de câmbio caiu, chegando a ficar abaixo de R$5,00, fator que deixou o feijão brasileiro menos competitivo, o que, somado aos preços em níveis mais elevados, desestimulou as vendas externas.
A Conab estima uma queda de 6,58% na produção da safra 2020/21, em relação à safra anterior. Apesar de um aumento esperado na área plantada, estima-se baixa de 7,2% na produtividade. Esta menor produtividade é identificada nos três tipos de feijão (cores, preto e caupi), e é causada pela irregularidade climática visualizada durante o ciclo da cultura. Com isso, a tendência é, novamente, um quadro de suprimento ajustado para o feijão. Entretanto, não deverá haver problemas de abastecimento, visto que a perspectiva é que também haja retração na demanda.
Apesar da queda de preços nos mercados do feijão cores e carioca em junho e início de julho, o cenário para os dois tipos poderá seguir tendências diferentes. No caso do cores, os preços poderão seguir pressionados até a diminuição da entrada da oferta da segunda safra, em meados de agosto. No preto, a entrada de produtos da segunda safra será reduzida neste mês de julho, o que abre a possibilidade de recuperação dos preços, já que no segundo semestre o Brasil necessita de importação de feijão preto e a expectativa é de dólar valorizado. Por outro lado, esta tendência de elevação do preço do feijão preto será limitada por uma possível queda do preço do cores, já que os dois tipos são produtos substitutos.
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