O Brasil ainda não é um protagonista em bioinsumos mas caminha a passos largos. Segundo uma pesquisa da Spark Smarter Decisions enquanto o mundo segue em uma média de crescimento anual de 15%, o Brasil tem taxas quase o dobro disso, com 28% ao ano, movimentando mais de R$ 1 bilhão.
O governo federal trabalha com ações para impulsionar ainda mais o segmento. No ano passado foram registrados 95 defensivos de baixo risco, entre produtos biológicos, microbianos, semioquímicos, bioquímicos, extratos vegetais, reguladores de crescimento. Em relação ao ano anterior, o aumento é de 121% no número de registros.
Também criou há um ano o Programa Nacional de Bioinsumos para incentivar o desenvolvimento de novas soluções, pesquisas, biofábricas e mais investimentos e aumentar o uso desse tipo de produto. Para atender à crescente demanda por profissionais capacitados em boas práticas de produção de bioinsumos no país, o Ministério da Agricultura lançou, nesta quinta-feira (8), o primeiro curso sobre produção e controle de qualidade de bioinsumos.
O termo bioinsumos define ainda os processos e tecnologias - de origem vegetal, animal ou microbiana -, destinados ao uso nos diversos sistemas de produção agrícolas, pecuários, aquícolas e florestais. Além de estar presente também no armazenamento e beneficiamento dos alimentos.
Um exemplo é a utilização de cera de carnaúba em uma nanoemulsão para frutas e legumes, criando uma barreira contra perda de umidade, troca de gases e ação microbiana. O resultado é o aumento de cerca de 15 dias no tempo de prateleira dos produtos, evitando perdas e desperdícios de alimentos. A tecnologia foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Já na agropecuária, os bioinsumos podem ser encontrados em produtos veterinários como vacinas, medicamentos, antissépticos, fitoterápicos dentre outros destinados à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais.
O presidente do Conselho Estratégico do Programa Bioinsumos, Alessandro Cruvinel Fidelis, aposta que, se a expectativa de crescimento se confirmar, até a safra de 2022, metade da área planta de soja no país terá recebido, ao menos, uma aplicação de bioinsumos.
O Plano Safra 2021/2022 fortaleceu linhas de crédito para Inovagro, abrangendo o financiamento para a construção de biofábricas. Assim, os produtores poderão financiar recursos para a aquisição e construção de instalações para a implantação ou ampliação de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para uso próprio.
O projeto nacional de bioinsumos do Mapa também já se desdobrou em incentivo à criação de programas estaduais. O primeiro deles, foi aprovado em Goiás. Os estados de Mato Grosso e o Distrito Federal também começaram a desenvolver seus programas.
“Investir nos bioinsumos e pensar estrategicamente na agricultura de base biológica é a resposta que o nosso país dá ao mundo para continuar confirmando que nosso agro é sustentável e inovador”, pontua a ministra Tereza Cristina.
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