A importação de diesel cresceu 57,2% em abril na comparação com março, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nesse cenário, 1,4 milhão de metros cúbicos trazidos de fora, o maior valor para o mês desde 2013, sendo que 47,7% desse volume foram importados pela Petrobras.
“Quando a compra de combustíveis ocorre por importadores privados, tende a ocorrer um aumento da oscilação de preços no mercado interno. O efeito nos preços internos dos derivados, a partir do aumento de importações, dependerá dessa dinâmica: quanto maior a parcela dos importadores privados, maior tende a ser a volatilidade”, disse Rodrigo Leão, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Para Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o aumento nas importações se deve a um processo de "desmonte da Petrobras". “O abastecimento do mercado interno ficará refém da estratégia das empresas que comprarem as refinarias. Elas podem, por exemplo, optar por exportar seus derivados. Isso tornaria o Brasil ainda mais dependente de importações de combustíveis, como o diesel”, completou.
“A isenção do imposto teve um impacto muito pequeno. O país não consumiu mais diesel por isso. O aumento da importação ocorreu para manter o abastecimento nacional”, concluiu Fernanda Delgado, que assessora estratégica do setor de energia e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), dizendo que é pouco provável que a isenção tenha interferido no volume de diesel importado nesse período.
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