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segunda-feira, 20 de julho de 2020
Artigo apresenta recomendações alimentares durante a pandemia da Covid-19
Foto; Divulgação
São muitas as recomendações alimentares durante a pandemia da Covid-19 e para melhor direcionamento dessas informações, acaba de ser publicado no periódico internacional Nutrition Reviews, artigo que apresenta uma síntese dessas diretrizes nutricionais.
As professoras Christianne Coelho Ravagnani, do curso de Educação Física (Faed/UFMS) e Fabiane La Flor Ziegler Sanches, do curso de Nutrição (Facfan/UFMS) assinam o artigo com mais quatro pesquisadores nacionais e internacionais.
“Estamos muito orgulhosos com a publicação desse paper, que poderá orientar os profissionais de saúde do mundo inteiro em seus aconselhamentos e/ou prescrições”, afirma a professora Christianne.
Diretrizes
Os pesquisadores recuperaram 48 documentos, dos quais 13 foram inseridos na revisão que apresenta recomendações alimentares emitidas por sociedades e associações de nutrição e pelos governos da Austrália, Brasil, Canadá, Itália, Espanha e Estados Unidos. O artigo traz ainda cinco diretrizes de organizações de saúde.
Quatro tópicos foram escolhidos para análise pelos pesquisadores: recomendações dietéticas gerais, suplementos alimentares, amamentação e higiene alimentar.
De acordo com o estudo, a maioria dos documentos incentiva consumo de frutas, vegetais e alimentos integrais, sendo que 31% das diretrizes destacam a importância de minerais e vitaminas como zinco e vitaminas C, A e D para manter um bom sistema imunológico.
“A suplementação dietética não tem sido associada à prevenção da Covid-19. No entanto, a suplementação com vitaminas C e D, bem como com zinco e selênio, foi destacada como potencialmente benéfica para indivíduos com ou em risco de infecções virais respiratórias ou para aqueles em que a deficiência de nutrientes é detectada”, expõem os pesquisadores.
A nutrição ideal é um dos principais determinantes da saúde, segundo pesquisadores da área, e pode melhorar o bem-estar e mitigar as consequências nocivas à saúde associadas ao distanciamento social, como na prevenção ou controle da maioria das doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e obesidade. Pode auxiliar ainda na regulação do sono e humor e na prevenção da fadiga.
A perda de peso saudável pode ser uma boa estratégia para reduzir o risco de complicações da Covid-19, de acordo com o estudos, visto que a obesidade estaria associada à restrição da respiração, enfraquecimento das respostas imunes, além de ser pró-inflamatória, estando associada a um risco aumentado de diabetes mellitus, doença cardiovascular e doença renal, o que, de forma geral, contribui para aumento da vulnerabilidade à falência de órgãos associados à pneumonia.
“Em adultos mais velhos, o grupo com maior risco para a Covid-19, alterações nos hábitos alimentares levam a alterações significativas na imunidade e inflamação, denominadas imunosenescência e inflamação. Alguns nutrientes, como ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e probióticos, têm sido associados a respostas anti-inflamatórias e maior resistência à infecção do trato respiratório superior”, relatam.
Outro ponto importante é que quase um terço das organizações e sociedades inseridas no estudo recomendou evitar a ingestão de sal, gordura e açúcar e incentivou reduções em bebidas açucaradas, outros produtos ricos em açúcar, e alimentos com alto teor de gordura saturada.
“As evidências a favor de uma associação direta entre o estado de hidratação e a saúde foram previamente confirmadas. A água é essencial para a homeostase celular, função renal, controle da temperatura corporal, regulação do humor, função cognitiva, função gastrointestinal e cardíaca e prevenção da dor de cabeça”, enfatizam os pesquisadores ao tratar da ingestão de água.
Os autores destacam que não houve evidências convincentes de que alimentos ou embalagens de alimentos estejam associados à transmissão do Coronavírus, mas pontuam a importância das boas práticas de higiene para manusear e preparar alimentos.
Também não houve alteração nas recomendações de amamentação, mesmo em mulheres diagnosticadas com a doença.
Texto: Paula Pimenta
FONTE: UFMS
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