Especulação sente dificuldades para manter qualquer nova alta diante de uma possível superoferta de grãos
Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
O preço da soja na Bolsa de Cereais de Chicago (CBOT) registrou na quinta-feira (21.05) baixa de 11,75 pontos no contrato de Julho/20, fechando em US$ 8,35 por bushel. Os demais vencimentos em destaque da commodity na CBOT fecharam a sessão com desvalorizações entre 8,50 e 10,75 pontos.
Os principais contratos futuros levaram um ‘tombo’ no mercado norte-americano da oleaginosa, com tensões entre Estados Unidos/China e clima favorável pressionando as cotações. “O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou a China de se dedicar a um jogo econômico ‘miserável’ para combater o coronavírus. Isso levanta preocupações no futuro da demanda externa”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
As exportações semanais dos EUA em 14/05 acumularam 1,2 milhão de toneladas, superando as expectativas do mercado (0,5 – 1 milhão de tn.) Embora, desde então, nenhum novo negócio tenha sido registrado com a China. “Início promissor da safra em termos de clima, tarefas de progresso (56% atuais versus 38% históricos) e perspectivas de produção (112 milhões de tons) adicionaram fraqueza à operação”, completa a T&F.
De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, o mercado agrícola mundial, incluindo o Brasil, sofreu forte contração na sessão de ontem: “Assim como estamos alertando há semanas, a safra estadunidense (soja e milho) se desenvolve bem, com avanço recorde de plantio e um padrão climático estável”.
“A especulação sente dificuldades para manter qualquer nova alta diante de uma possível superoferta de grãos nos Estados Unidos. Nesta última semana, as vendas para exportação da soja norte-americana bateram novos picos, entretanto os bastidores do mercado temem que esta demanda não será mantida sem a volta das negociações políticas entre Trump e Jinping”, concluem os analistas da ARC Mercosul.
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