quinta-feira, 14 de maio de 2020

Alto volume de chuvas já causa estragos e deixa autoridades em alerta

                                          Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado
Chuvas já superam o esperado para o mês e devem continuar
Fábio Oruê

Uma área de instabilidade que chegou a Mato Grosso do Sul no início da semana e o grande volume de precipitações fizeram com que algumas cidades do Estado superassem a expectativa de chuvas para o mês de maio e que outras chegassem perto de atingir esta marca, o que pode se concretizar, já que a previsão é que as chuvas continuem pelo menos até o próximo sábado.

Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), Campo Grande e Pedro Gomes ultrapassaram mais de 50% do esperado para o mês. Na Capital, desde a madrugada de terça-feira (12), já choveu 150,8 mm, sendo que o esperado era de 96,6 mm. Nos bairros Carandá Bosque, Sóter e Parque dos Poderes foram registrados 135 milímetros no período de 24 horas. Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, desde 2006 a região não via acumulado semelhante em tão pouco tempo.

Na época, o temporal fez o nível do córrego prosa subir.

Na Avenida Ricardo Brandão, o pontilhão no cruzamento com a Avenida Ceará não aguentou e desabou. Já na região do Aeroporto foram 100,6 milímetros até as 5h de quarta. Desta vez, houve estragos (leia mais nesta página), mas não na mesma proporção que em 2006.

Em Pedro Gomes, no norte do Estado, a precipitação registrada chegou a 103,6 mm, enquanto o volume esperado para maior era de 65,3 mm. Já em Sidrolândia, a expectativa era que acumulasse 101,5 mm, porém já choveu 102,6 mm, na terça-feira e ontem. Jardim (103,6 mm), Laguna Carapã (102 mm), Ponta Porã (90,6 mm), Angélica (79,8 mm) e Corumbá (31,6 mm) se aproximam de atingir o esperado para o mês.

Além disso, o tempo ruim veio acompanhado por nevoeiros em Água Clara, Aral Moreira e Bataguassu. Nessas cidades, o volume de chuva acumulado nas últimas 24 horas variou entre 20 e 82 milímetros.

TEMPERATURA

Nesta quinta-feira (14) as temperaturas devem cair ainda mais e a previsão é de céu nublado com pancadas de chuvas em grande parte do Estado. As temperaturas poderão variar entre de 14 °C a 28 °C.

Já na sexta-feira (15) o frio será ainda mais intenso, e os termômetros deverão marcar entre 9 °C a 28 °C. As chuvas devem migrar para o norte de centro-leste de MS. Nas demais áreas é esperado tempo firme com céu parcialmente nublado a claro.

o sábado há possibilidade de geada nas regiões sul e sudeste e a umidade relativa do ar estará baixa à tarde, em torno de 20%, considerado estado de alerta conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), logo a orientação é ingerir muito líquido, redobrar atenção com idosos e crianças, umidificar ambientes e evitar aglomerações.

Esta é a segunda frente fria de outono em maio. Na primeira, as temperaturas chegaram aos 2ºC e sensação térmica negativa pode ser sentida em alguns municípios do Estado.


ESTRAGOS

Na Capital, o volume de chuvas deixou alguns prejuízos. O pior deles, a erosão aos fundos do Hospital São Julião, aumentou de tamanho e comprometeu o asfalto. “Isso vem acontecendo e não é a primeira vez. É uma tragédia anunciada. O asfalto ainda está lá, mas por baixo não tem terra. Estamos falando de um buraco de 10 metros de profundidade por 50 de diâmetro”, definiu Fernandes.

Ainda conforme o diretor, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) estiveram no local para fazer uma avaliação. “ O pessoal da secretaria coloca que é necessário um projeto de drenagem. Falaram que a hora que parar a chuva vão fazer visita paliativa; vão tentar fazer algo pra não cair a rua”, contou.

Além disso, pelo menos seis árvores caíram na cidade, como uma no bairro Seminário que bloqueou uma via do local  e algumas ruas ficaram intransitáveis por conta do lamaçal que se formou na frente das casas.

PREOCUPAÇÃO

Nas cidades de Aquidauana e Anastácio, distantes 140 quilômetros da Capital, a preocupação é dupla. Na noite de anteontem, o temporal destelhou casas e inundou ruas. Na manhã de ontem, moradores contabilizavam os prejuízos da forte chuva, que veio acompanhada de ventos.

A preocupação agora é para os próximos dias. O Rio Aquidauana, que separa a sede dos dois municípios subiu rapidamente, de pouco mais de 2 metros para 6 metros. Se as chuvas continuarem a montante, em municípios como Rochedo, Corguinho e parte da zona rural de Campo Grande, a preocupação é com o transbordamento do rio.

Com informação do Portal Correio do Estado

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