segunda-feira, 9 de abril de 2018

Uniderp lidera ranking de reclamações por ferir direitos do consumidor em MS

                                          Foto:MidiaMax
Por Vinicios Araújo


Em dois anos foram mais de 1000 reclamações contra a Universidade Anhanguera Uniderp registradas na Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e diante da avalanche de ações judiciais, uma audiência pública teve de ser realizada na semana passada na Câmara de Vereadores de Campo Grande apenas para tratar do assunto.

Integrada ao grupo Kroton Educacional, intitulado na internet como a maior empresa privada no mundo no ramo da educação, a Uniderp coleciona uma bagagem bem recheada de ações na Justiça, sendo a maioria motivada por cobranças financeiras indevidas.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas da Defensoria Pública, Eni Maria Diniz, afirmou ao Correio do Estado que em algumas situações chega a ser “absurda” a falta de respeito com as pessoas.

“Tentamos inúmeras negociações e não tivemos êxito, além disso, não cumprem as decisões já existentes. Em duas ações civis públicas, temos liminares garantido que não sejam cobrados valores extras de quem tem 100% do Fies e para que não se altere o contrato, passando de aulas presenciais para EAD (Educação a Distância). Mas são desobedecidas” disse Eni em entrevista ao jornal da Capital.

Ainda de acordo com a defensora, a universidade ocupa o topo do ranking de reclamações contra universidades por desrespeito aos direitos do consumidor em MS.

“É uma avalanche de ações, são inúmeras individuais e coletivas. É uma situação delicada e muitas vezes chega a ser absurda a falta de respeito com as pessoas. Ao que me parece, é vantajoso para a instituição agir dessa forma, é financeiramente rentável pois muitos compensam os poucos que reclamam” afirmou Jane Inês, também defensora pública.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Na sexta-feira passada (6) uma audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores apenas para discutir o fato. A Casa de Leis foi ocupada por acadêmicos, representante do Procon/MS, integrantes da Defensoria Pública e representantes da universidade.

Acadêmicos presentes contaram à reportagem que, na tentativa de esvaziar a audiência, a universidade teria organizado duas ações para ‘segurar’ os estudantes no campus.

OUTRO LADO

O representante da Kroton no Centro-Oeste, Edvaldo Tadeu Gomes da Rosa, afirmou que a universidade faz o possível para atender os acadêmicos e que está aberta ao diálogo. Já o reitor da instituição, Taner Douglas Alves Bittencourt não pediu a palavra durante a audiência e nem se manifestou publicamente a respeito das denúncias.

Em nota, a Uniderp afirmou que os assuntos debatidos durante o encontro na Câmara serão avaliados e será realizado um contato direto com a comunidade acadêmica para resoluções dos fatos.

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