quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Primeira Super Quarta do ano: no Brasil, Galípolo estreia no comando do Copom.

 

                                                            Foto; Divulgação


A primeira Super Quarta do ano vai reunir as decisões chave dos bancos centrais no Brasil e nos Estados Unidos. No Brasil, essa é a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a presidência de Gabriel Galípolo, que assumiu o comando em meio a um cenário desafiador para a inflação. O Banco Central já sinalizou um aumento de 1 ponto percentual nesta reunião, o que eleva a Selic de 12,25% para 13,25%, e uma elevação da mesma magnitude para a reunião de março.


Nos Estados Unidos, por outro lado, esta também é a primeira reunião com Donald Trump de volta à presidência, e a principal preocupação gira em torno das decisões do republicano, considerada muito inflacionárias. Após um corte de 1 ponto percentual nas taxas desde setembro do ano passado, o Federal Reserve (Fed) deve adotar uma postura mais cautelosa. Aqui e nos Estados Unidos, a atenção está voltada para os comunicados, que podem mostrar os próximos passos na condução de juros.



O que é a Super Quarta?

É o dia em que coincidem as reuniões dos bancos centrais do Brasil e o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.


O que esperar da reunião do Copom?

O Copom já sinalizou que realizará uma alta de 1 ponto percentual nesta reunião e na próxima, marcada para março. A grande questão são as indicações dos próximos passos, o "forward guidance". Segundo pesquisa do BTG com o mercado, 10% dos entrevistados acreditam que o comunicado do Copom indicará uma alta de 1 ponto em março, com redução no ritmo de aumento dos juros no encontro de maio. Já 88% acreditam que o comunicado indicará apenas a alta de 1 ponto em março, sem referências a decisões futuras.


Arnaldo Lima, economista e RI da Polo Capital, acredita que o Copom não vai indicar novas elevações para reunião de maio. Para Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, a expectativa é que Banco Central possa reduzir o "forward guidance" só para uma reunião, como era habitual, ou manter a sinalização de como deverão ser os dois próximos encontros.


- O Copom deverá optar por manter uma mensagem dura sobre a política monetária, optando por manter a sinalização futura de 1 ponto de alta para as duas próximas reuniões.


Em seu relatório, o JP Morgan acredita que a declaração será hawkish para ficar livre para mais aumentos de taxa no segundo trimestre. A XP considera que o Copom optará por “deixar as portas abertas” para maio, afirmando que a decisão será ditada “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Para o Itaú, o Copom deve evitar sinalizar próximos passos após reunião de março.


O que vem pela frente?

Com o aumento da taxa Selic, a expectativa é que o Brasil siga com uma política monetária mais restritiva para controlar a inflação, que está acima da meta. A XP projeta que o Banco Central poderá adotar essa "política para reequilibrar a oferta e a demanda agregada, estabilizando também a taxa de câmbio. Eles veem uma Selic terminal de 15,50%, com aumentos de 1%, 1%, 0,75% e 0,50% nas próximas quatro reuniões do Copom.


Já a LCA projeta que o Copom promoverá aumentos dois adicionais, um de 0,50%, na reunião de 7 de maio, e outro de 0,25%, em 18 de junho, encerrando o ciclo de aperto monetário com a Selic em 15% ao ano.


O que esperar do Federal Reserve (Fed)?

Nos EUA, após o corte de 1 ponto percentual realizado desde setembro do ano passado, espera-se uma parada técnica, com o intervalo para as taxas dos Fed funds ficando entre 4,25% e 4,5%. Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, afirma que será relevante verificar em que medida serão sinalizados novos pontos de atenção sobre a resistência da inflação em convergir para a meta e, particularmente, se serão feitas menções a potenciais medidas do novo governo.


- Vale notar que, na entrevista após a reunião de dezembro, o presidente do Fed, Jerome Powell, revelou existirem estudos preliminares sobre os impactos potenciais de políticas comerciais sobre a inflação, sendo realizados por membros do FOMC.

Por 

O Globo

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