sexta-feira, 28 de junho de 2024

O problema do desperdício de alimentos

 

                                            Foto: Pixabay


Em 2022, mais de um bilhão de refeições foram desperdiçadas diariamente no mundo, segundo o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar 2024 do PNUMA. Enquanto isso, 783 milhões de pessoas enfrentaram a fome e um terço da população mundial sofreu com insegurança alimentar. 



O desperdício de alimentos gerou 1,05 bilhão de toneladas de resíduos, equivalente a 132 quilos por pessoa e quase um quinto de toda a comida disponível. Esse desperdício sobrecarregou aterros sanitários, aumentou as emissões de carbono e agravou as mudanças climáticas e a poluição ambiental. Do total desperdiçado, 60% veio de domicílios, 28% de restaurantes e serviços alimentares, e 12% do varejo.


“O impacto negativo alcança grandes proporções e merece máxima atenção da sociedade e dos governos. O PNUMA expõe dados preocupantes: as perdas de alimentos representaram entre 8% e 10% das emissões globais de gases de efeito estufa no período abrangido pelo relatório, quase cinco vezes mais do que o setor da aviação. Ademais, provocaram redução expressiva da biodiversidade, pois as lavouras do que foi desprezado ocupariam o equivalente a quase um terço das terras agrícolas mundiais. Há, ainda, o custo para a economia, estimado em cerca de um trilhão de dólares, valor maior do que o PIB da grande maioria das nações”, afirma João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).


No Brasil, a situação é complexa: o país é um dos maiores fornecedores de alimentos, mas também um dos maiores desperdiçadores. Segundo o IBGE, 30% da produção total é descartada, somando 46 milhões de toneladas e um prejuízo de R$ 61,3 bilhões anuais, além de danos ambientais e sociais.


“É urgente encontrar soluções para essa situação tão nociva à humanidade. Um caminho a ser seguido é apontado no próprio relatório do PNUMA: os esforços para reduzir o desperdício devem ser mais direcionados às cidades, porque as áreas rurais apresentam índices muito menores. Isso faz todo o sentido, pois quem sabe o quanto é duro plantar, colher e produzir alimentos não joga fora”, conclui



.AGROLINK - Leonardo Gottems

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