Foto: Pixabay
O Brasil destacou-se no cenário mundial de energia solar em 2023, alcançando a terceira posição em capacidade instalada adicionada no ano, de acordo com o mais recente estudo “Global Market Outlook For Solar Power 2024 – 2028”, realizado pela SolarPower Europe. Com um aumento de 15,4 GW, o país representou cerca de 4% do crescimento global, que somou 447 GW. A energia solar no Brasil cresceu 87% em comparação com 2022, encerrando 2023 com uma capacidade instalada total de 1,6 TW. A China liderou a expansão mundial, adicionando 253 GW, seguida pelos Estados Unidos, com 32,4 GW, e pelo Brasil. Outros países notáveis foram Alemanha (15 GW), Índia (12,5 GW), Espanha (8,9 GW), Japão (6,2 GW), Itália (5,2 GW), Austrália (5,1 GW) e Holanda (4,9 GW).
O engenheiro agrônomo João Pedro Cuthi Dias comentou sobre o impacto e as vantagens da energia solar no Brasil: "O custo no Brasil é muito alto devido à questão tributária. Quando você consegue produzir a energia na sua casa e usá-la, você tem um custo infinitamente menor e consegue pagar o investimento rapidamente, em uma média de 6 anos".
Dias também destacou a importância desse crescimento para o país, especialmente diante das mudanças climáticas: "Estamos sendo assolados por ondas de calor muito fortes. O consumo de energia elétrica no Brasil, que antes ocorria predominantemente à noite, agora é durante o pico de sol, devido ao uso intensivo de ar-condicionado. Em março, o Brasil bateu o recorde de consumo, com cerca de 103 mil megawatt horas. Isso foi possível de atender graças às mais de 25 mil megawatts instaladas nos telhados das casas brasileiras, que equilibraram o sistema."
O Brasil, que possui uma matriz energética composta por 82-83% de fontes renováveis, como hidrelétricas, fotovoltaicas e eólicas, se destaca mundialmente pela eficiência e sustentabilidade de seu sistema energético. "A energia eólica, por exemplo, é uma das grandes vantagens do Brasil, com unidades de produção que entram no sistema e são distribuídas por todo o território nacional", afirmou Dias.
Sobre o impacto da crise energética de 2022 e as perspectivas futuras, Dias ressaltou: "A crise fez com que a demanda por energia solar aumentasse. Houve uma revolução na produção de placas fotovoltaicas, especialmente na China, que reduziu os custos e aumentou a eficiência. No entanto, a energia solar precisa ser complementada por outras fontes, como as hidrelétricas, que podem ajustar a produção conforme a necessidade."
Para o futuro, Dias vê um grande potencial na energia eólica e na produção de hidrogênio verde: "O Brasil tem tudo para ser um grande produtor de energia de hidrogênio verde. É necessário, porém, definir uma legislação específica para incentivar os investimentos nesse setor. A eliminação de impostos pode viabilizar esses projetos."
Ele conclui que o Brasil tem condições imbatíveis para produzir energia renovável em volumes cada vez maiores, tanto para consumo interno quanto para exportação, posicionando-se como um líder mundial em energia limpa.
João Pedro Cuthi Dias enfatizou a necessidade de políticas governamentais favoráveis para estimular o crescimento contínuo da energia renovável no Brasil, garantindo um futuro energético sustentável e econômico para o país.
AGROLINK - Aline Merladete
Nenhum comentário:
Postar um comentário