sexta-feira, 28 de julho de 2023

Serviços, agropecuária e construção puxam saldo de empregos em 2023

 

                                            MARCELO VICTOR


Mato Grosso do Sul registra saldo positivo de 24.872 empregos com carteira assinada no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, foram 206.236 admissões e 181.384 desligamentos. 


Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os setores de serviços, agropecuária e construção civil puxaram o número de contratações nos primeiros seis meses deste ano. 


O Estado segue uma tendência positiva desde o início do ano, emplacando mais admissões que demissões desde janeiro. No acumulado de janeiro a junho, MS ocupa o 12º lugar no País na geração de empregos formais, com um saldo de 24.872 empregos. 


O crescimento de 4,17%, em relação ao estoque de empregos do mês de dezembro de 2022, coloca MS em quarto lugar em termos de crescimento porcentual neste ano. 



No primeiro semestre, ao considerar os dias úteis, feriados, sábados e domingos, foram geradas cerca de 138 vagas de empregos formais por dia.


O mestre em Economia Lucas Mikael comenta que o cenário econômico de Mato Grosso do Sul é bastante promissor, especialmente nos setores de serviços, agropecuária e construção. Segundo ele, isso pode ser atribuído a vários fatores.


“MS é um estado com grande potencial agropecuário, caracterizado pela produção agrícola e também pela criação de gado. A agricultura e a pecuária têm sido historicamente pujantes no Estado, e investimentos em tecnologia, inovação e infraestrutura nesses setores podem ter aumentado a demanda por mão de obra, gerando mais empregos na construção”, destaca.


O economista Eduardo Matos avalia que o saldo positivo era esperado no Brasil. Segundo ele, após um ciclo de recessão, é natural um período de expansão.


“A demanda por mais mão de obra ajudou os setores que puxaram esses números. Serviços e construção são intensivos em mão de obra, agropecuária vem em ritmo de crescimento desde antes da pandemia, registrando recorde após recorde de produção”, relata.


SETORES

O setor de serviços permanece no topo das contratações, acumulando bons resultados desde 2021, período em que houve uma queda no número de casos de Covid-19. Foram 8.525 novos postos de janeiro a junho, resultado gerado a partir de 73.720 contratações e 65.195 desligamentos.


O estoque para o setor é de 237.290 empregos, sendo este o total de trabalhadores formalmente registrados no segmento em Mato Grosso do Sul.

 Mikael classifica o setor de serviços como componente fundamental da economia de qualquer região ou país, destacando que Mato Grosso do Sul não é exceção.


“Esse setor abrange uma ampla gama de atividades econômicas que não estão diretamente ligadas à produção de bens físicos, mas, sim, à oferta de serviços intangíveis para atender às necessidades e às demandas da população e das empresas”, explica.


No contexto de Mato Grosso do Sul, o mestre em Economia salienta que o desempenho positivo do setor de serviços no primeiro semestre deste ano pode gerar uma maior procura por serviços em resposta ao crescimento econômico do Estado, atraindo investimentos e novos negócios para a região e, consequentemente, criando mais empregos nesse importante setor.


O agronegócio vem na segunda posição, com 31.454 admitidos e 26.102 desligados, o que gera saldo de 5.352 empregos formalizados na agropecuária do Estado.


Fechando o pódio, em terceiro lugar está a construção civil, que acumula um total de 5.018 empregos no regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), resultado obtido a partir de 22.309 pessoas contratadas e 17.291 demitidas. O estoque no setor é de 33.322 empregos registrados.


“Projetos de construção de novas moradias, estradas, prédios comerciais e obras de infraestrutura podem ter contribuído para o aumento das vagas de emprego no setor [de construção civil]”, avalia Mikael. 

Na sequência estão a indústria e o comércio: a indústria conta com saldo de 3.993 vagas, após 30.389 admissões e 26.102 finalizações contratuais no primeiro semestre; e o comércio gerou 1.984 vagas, resultado de 48.364 admissões e 46.380 desligamentos. 


No mês de junho, os dados mostram que o setor com melhor resultado foi o de serviços, que criou 1.224 postos de trabalho, seguido por agropecuária, com 859 empregos formais, comércio, com 714, e indústria, com 445. 


O setor de construção civil apresentou saldo negativo de 212 postos de trabalho no mês de junho.

Na soma dos indicadores, Mato Grosso do Sul ocupa o 13º lugar entre as unidades federativas no quesito geração de empregos com carteira assinada, com saldo de 3.030 empregos criados no mês passado. 


MUNICÍPIOS

Entre os municípios, Campo Grande segue como maior gerador de novas vagas no ano, com saldo de 5.104 empregos, seguido por Ribas do Rio Pardo, com 3.793, Três Lagoas, com 1.417, Dourados, com 1.205, e Corumbá, com 961.


Como destaque atípico, Chapadão do Sul obteve saldo elevado de contratações para os primeiros seis meses deste ano, totalizando 796 vagas formais de emprego no município.


Entre os destaques do mês de junho estão Costa Rica, com 156 novas oportunidades no mercado de trabalho, seguida por Naviraí, com 116, e São Gabriel do Oeste, com 101. Ribas do Rio Pardo aparece novamente, porém, como destaque negativo no mês, ficando com saldo negativo de 101 vagas, ficando atrás somente de Aparecida do Taboado, que contabilizou saldo negativo de 229 empregos.


No acumulado dos últimos 12 meses, que engloba o período de julho de 2022 a junho deste ano, MS ocupa o 14º lugar no País, com um saldo de 34.212 empregos formais. A expansão de 5,82% no período coloca MS em quarto lugar em termos de crescimento porcentual.


Mikael enfatiza a importância de ressaltar que a dinâmica econômica é complexa e influenciada por uma série de fatores, incluindo questões macroeconômicas, políticas governamentais, condições climáticas, demanda do mercado interno e externo, entre outros. 


“É provável que uma combinação de diferentes fatores tenha contribuído para o saldo positivo de empregos em Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2023”.


1 MILHÃO DE EMPREGOS FORMAIS

No acumulado do ano, o Brasil criou 1.023.540 empregos formais. O número é 26% menor que o registrado no primeiro semestre do ano passado. Nos últimos 12 meses, o saldo foi de 1.651.953 vagas com carteira assinada criadas no País. O estoque de trabalhadores com carteira assinada no Brasil chegou a 43,5 milhões em junho.


EVELYN THAMARIS

Com informação do Portal Correio do Estado

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