sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Lojas da construção driblam crise e vendas crescem 6,3%




Após atravessar um ano de obstáculos ao crescimento econômico, entre eles os impactos da greve dos caminhoneiros, alta do dólar e os jogos da Copa do Mundo, varejo de materiais de construção entra na reta final de 2018 registrando retomada das vendas e sinalizando grande expectativa de aquecimento do mercado em Mato Grosso do Sul.

De janeiro a novembro, o setor apresenta alta de 6,3% nas vendas no comparativo com o mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o avanço é de 8,2%. Somente na comparação com outubro, a comercialização registrada pelo setor teve aumento de 7,9%. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, o segmento manteve estabilidade no Estado, com aquecimento na capital, Campo Grande.

Os dados são da pesquisa efetuada pela Associação do Comércio Varejista de Materiais de Construção de Mato Grosso do Sul (Acomac-MS) e do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção de MS (Sindiconstru), que entrevistou 230 lojistas entre os dias 24 a 30 de novembro. Segundo o levantamento, quase todas as regiões do Estado apresentaram crescimento.

De acordo com Mário Sérgio Marinho, diretor-executivo das duas instituições, o aumento de vendas já era esperado no mês e foi influenciado pelo otimismo do mercado financeiro com o resultado das eleições.

“Em período de transição do governo federal, pós-eleição, as pessoas tendem a liberar os gastos com sentimento de mudanças  frente à economia, mas tem um sentimento de otimismo muito grande por parte do mercado financeiro com a provável, e agora confirmada, eleição do candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Tivemos queda do dólar de mais de 7% no mês passado e alta de mais de 6% na Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista. Esse otimismo refletiu nas lojas, as pessoas voltaram a comprar e a planejar gastos com a casa”, explicou.

A pesquisa da Acomac-MS apontou ainda que o setor de tintas foi o que mais cresceu no mês (13%), seguido de telhas de fibrocimento (6%). Revestimentos cerâmicos, por sua vez, tiveram retração de 7%.

Capital

A retomada de vendas do setor é confirmada por lojistas de materiais de construção em Campo Grande. “Após o resultado das eleições, a tendência é de melhora. As pessoas estavam à espera da definição [do cenário] eleitoral e depois que isso aconteceu deu um ânimo no consumidor. Tivemos um aquecimento das vendas [em novembro] e no acumulado do ano o crescimento está em torno de 5% a 6%”, estima Adilson Santos Almeida, gerente de uma loja de materiais na Capital.

De acordo com o lojista, a expectativa é de melhora nas vendas a partir de janeiro. “Trabalhamos com material básico, como cimento e tijolo, e no nosso segmento dezembro não é tão bom em vendas por causa da época, muitos lugares entram em férias coletivas, então, há uma reduzida no movimento. Mesmo assim, a gente acredita que o fechamento do ano será razoável”, comentou.

Gerente de uma loja que tem como carro-chefe pisos e revestimentos para parede, Kayke Niz conta que as vendas de dezembro já estão maiores do que as do mesmo mês no ano passado. Comparando o faturamento entre os períodos [1º a 17 deste mês], o crescimento é de 56%.

“As pessoas querem arrumar a área gourmet, organizar a casa para receber os parentes, por conta do fim do ano, e isso aumenta a procura”, explicou. O lojista também espera por crescimento das vendas no fechamento do ano, já que somente no comparativo desta semana com a anterior, o aumento foi de pelo menos 60%.

Expectativa

Para os próximos meses, a previsão do varejo de construção estadual é ainda mais otimista. De acordo com o diretor-executivo da Acomac e Sindiconstru, a implementação de uma agenda liberal tem agradado não só o mercado financeiro, como dado novo ânimo ao setor.


“Cerca de 49% dos entrevistados pretendem realizar novos investimentos nos próximos 12 meses, e o otimismo do setor com as ações do governo federal subiu de 40% para 72% após a eleição. Parte da pesquisa foi feita já após a confirmação de quem seria o novo presidente, por isso acreditamos que o momento atual é de retomada”, destacou.

A Acomac-MS também prevê crescimento de 6,5% para o setor até o fim deste mês, na comparação com 2017. Com informação do Portal Correio do Estado

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