O vereador Landmark Rios (PT) transformou a sessão da Câmara Municipal de quinta-feira (18) em palco de fortes críticas à gestão da saúde pública em Campo Grande.
Ele exibiu em plenário um caderno usado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para controlar estoques de medicamentos e chamou a prática de “retratro do descaso”.
“É inacreditável. Em pleno 2025, a Prefeitura ainda registra estoques em cadernos. Não falta recurso, os repasses federal e estadual estão em dia. O que falta é gestão e transparência”, disparou o parlamentar, lembrando que a própria Sesau admitiu o problema em reunião com o Ministério Público.
Na mesma sessão, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jader Vasconcelos, acusou a Prefeitura de descumprir a Lei de Acesso à Informação ao negar os extratos das 88 contas do Fundo Municipal de Saúde desde novembro de 2024.
“Não cabe ao Conselho confirmar ou negar possíveis desvios, mas sem acesso aos documentos não temos como fiscalizar. Esse suposto desvio de R$ 156 milhões divulgado na imprensa não foi apontado por nós justamente por falta de dados. Queremos apenas transparência para cumprir nossa função”, afirmou.
Jader alertou que a falta de clareza e de gestão atinge diretamente a população: unidades com compressores odontológicos quebrados há mais de um ano, medicamentos psicotrópicos em falta e pacientes recorrendo à Justiça para conseguir tratamento.
“A população sofre porque comprar remédio é caro e o serviço público não está garantindo o básico. É dever da Prefeitura resolver isso”, disse.
Pressão sobre a Prefeitura
O presidente do Conselho pediu apoio dos vereadores para reforçar a cobrança. Para Landmark, a situação não pode mais ser escondida.
“O Ministério Público já classificou como gravíssima e agora o Conselho confirma a ausência de transparência. Estamos diante de uma caixa-preta que precisa ser aberta. Não é falta de dinheiro, é falta de gestão”, concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário